Drogas e Pantomima
Ronald Mendonça
Membro da AAL
Depois dessa pantomima do que se
convencionou chamar de “apoio a Dilma e contra o impeachment”, onde bandeiras
do sindicalismo estiveram, mais uma vez, a serviço do “patrão”, ficou patente a
cacrolândia moral do governo. Meu amigo,
que espetáculo tétrico! Uma mistura de
circo dos horrores e peleguismo.
Algumas pessoas ficam em dúvida o
que será pior para o Brasil. O lulopetismo ou as drogas... Digo a vocês, apesar
da marcha vitoriosa das drogas, o estrago que essa quadrilha provocou no país,
durará anos. Não se trata apenas dos desfalques no BNDES, na Eletrobrás, na
Petrobrás.O sangue, a alma, o DNA, o sistema imunológico, qualquer analogia
parece pouco, foi contaminada. A defesa incondicional dessas falcatruas, a
minimização dos rombos (como se dois bilhões fossem titica de galinha) são a
prova inconteste do grau de contaminação moral da população. Uma bomba atômica
não produziria estrago maior. É improvável a recuperação moral da nação nesses
próximos cem anos.
Como bem lembrou o articulista,
há um histórico de malversação. Getúlio Vargas (segundo ele mesmo) vivia
cercado por um “mar de lama”. Nos dias que antecederam o suicídio, o “pai dos
pobres” chorava copiosamente nas janelas do Palácio do Catete. Não seriam
discursos ácidos que levariamo “Velho” ao desespero. O gaúcho tinha conceitos
morais inabaláveis. Não admitia, por exemplo, ter um filho envolvido em
roubalheiras...
Veio Juscelino. Hoje beatificado,
certos relatos da construção de Brasília – caminhões de areia registrados
indefinidamente numa só carga – causam mal estar aos leitores. Se prosaicos
caminhões e carroças tinham essas regalias... Não nego que Juscelino irradiava
simpatia, era envolvente, culto e um grande orador. Por sinal, guardo de cor
uma frase maravilhosa de um dos seus discursos em Brasília: “Desse Planalto
Central...,lanço o meu olhar mais uma vez e antevejo o amanhã do meu país, com
uma confiança sem limites e uma fé inquebrantável no futuro do meu povo.”
Pobre Jango. Desmoralizado.
Cárcere dos dissabores familiares. Louve-se sua mansidão. Acho que estava de
saco cheio. Pegou o avião e partiu. Há pessoas assim. Nascem para ser vices.
Por que é tão difícil acabar com
a corrução e com as drogas? É que ambas causam prazer, atuam em determinados
receptores do cérebrode forma intensa e demolidora. A corrução e o crack não
precisam de propaganda. Convém não experimentar.
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