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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

UM TEXTO DE RONALD MENDONÇA

Drogas e Pantomima

Ronald Mendonça
Membro da AAL

Depois dessa pantomima do que se convencionou chamar de “apoio a Dilma e contra o impeachment”, onde bandeiras do sindicalismo estiveram, mais uma vez, a serviço do “patrão”, ficou patente a cacrolândia moral do governo.  Meu amigo, que espetáculo tétrico!  Uma mistura de circo dos horrores e peleguismo.
Algumas pessoas ficam em dúvida o que será pior para o Brasil. O lulopetismo ou as drogas... Digo a vocês, apesar da marcha vitoriosa das drogas, o estrago que essa quadrilha provocou no país, durará anos. Não se trata apenas dos desfalques no BNDES, na Eletrobrás, na Petrobrás.O sangue, a alma, o DNA, o sistema imunológico, qualquer analogia parece pouco, foi contaminada. A defesa incondicional dessas falcatruas, a minimização dos rombos (como se dois bilhões fossem titica de galinha) são a prova inconteste do grau de contaminação moral da população. Uma bomba atômica não produziria estrago maior. É improvável a recuperação moral da nação nesses próximos cem anos.
Como bem lembrou o articulista, há um histórico de malversação. Getúlio Vargas (segundo ele mesmo) vivia cercado por um “mar de lama”. Nos dias que antecederam o suicídio, o “pai dos pobres” chorava copiosamente nas janelas do Palácio do Catete. Não seriam discursos ácidos que levariamo “Velho” ao desespero. O gaúcho tinha conceitos morais inabaláveis. Não admitia, por exemplo, ter um filho envolvido em roubalheiras...
Veio Juscelino. Hoje beatificado, certos relatos da construção de Brasília – caminhões de areia registrados indefinidamente numa só carga – causam mal estar aos leitores. Se prosaicos caminhões e carroças tinham essas regalias... Não nego que Juscelino irradiava simpatia, era envolvente, culto e um grande orador. Por sinal, guardo de cor uma frase maravilhosa de um dos seus discursos em Brasília: “Desse Planalto Central...,lanço o meu olhar mais uma vez e antevejo o amanhã do meu país, com uma confiança sem limites e uma fé inquebrantável no futuro do meu povo.”
Pobre Jango. Desmoralizado. Cárcere dos dissabores familiares. Louve-se sua mansidão. Acho que estava de saco cheio. Pegou o avião e partiu. Há pessoas assim. Nascem para ser vices.

Por que é tão difícil acabar com a corrução e com as drogas? É que ambas causam prazer, atuam em determinados receptores do cérebrode forma intensa e demolidora. A corrução e o crack não precisam de propaganda. Convém não experimentar.

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