2015 E DEPOIS...
MARCOS DAVI MELO – médico e membro da AAL.
Lá no horizonte as ondas se quebram suavemente no quebra-mar natural da Pajuçara. Só aquelas alvas espumas que graciosamente se formam nesse ininterrupto movimento, que os tempos, felizmente, não nos roubaram,podem limpar um pouco das vergonhosas selvagerias nacionais desse ano que se finda.
O que nos trará o ano de 2015, os analistas independentes, em sua maioria, são pessimistas e as divergências recaem apenas sobre o despertar do tsunami político decorrente do petrolão: virá antes, logo após o recesso do Judiciário, ou levará mais algum tempo, no qual a besta vestirá fantasia de ministro do Supremo, vai atrás do trio elétrico e só despertará após o carnaval, mantendo a mística nacional de rendição a Momo?
O que se tem a recuperar é imenso como o oceano: não é só a credibilidade de um governo dos mais ineficientes, que nos dá um PIB ridículo e cujo partido é o principal protagonista do maior escândalo de corrupção da História brasileira, mas principalmente a sua condição de enfrentar os tremendos desafios de um mundo que avança e muda em ritmos frenéticos.
Enquanto nos embrenhamos e nos complicamos em nossos problemas internos, entre os quais uma indústria em decomposição e uma matriz energética engessada e caríssima, os EUA passam a ser exportadores de petróleo, além de disporem de jazidas monumentais de xisto, o que lhe propicia energia pela metade do preço de seus competidores ,o que exacerba a sua competitividade e lhe concede a aura de voltar a ser a meca dos investimentos mundiais.
Até a Argentina já prospecta e segue célere para explorar o xisto, essa nova e sedutora fonte de energia, enquanto emperramos em restrições ambientais, para as quais não se vislumbram respostas. Gogol escreveu “A única coisa que vale a pena é fixar o olhar com mais atenção no presente ;o futuro chegará sozinho, inesperadamente. É tolo quem pensa no futuro antes de pensar no presente”.
O custo Brasil e a luta de vale tudo pelo projeto de manutenção de poder, não amainará em 2015, nem propiciará ao País as aberturas das portas para um futuro melhor, alinhado aos países democráticos mais desenvolvidos. Einstein afirmava que não adiantava fugir aos desafios do futuro “ele chegava bastante cedo”. Para nosso alento, pelo menos, as alvas espumas no horizonte vão continuar conosco.Desejo muita saúde para todos em 2015.
Enquanto nos embrenhamos e nos complicamos em nossos problemas internos, entre os quais uma indústria em decomposição e uma matriz energética engessada e caríssima, os EUA passam a ser exportadores de petróleo, além de disporem de jazidas monumentais de xisto, o que lhe propicia energia pela metade do preço de seus competidores ,o que exacerba a sua competitividade e lhe concede a aura de voltar a ser a meca dos investimentos mundiais.
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