sábado, 24 de agosto de 2019

Em 'Apagando o Lampião', o historiador traz dados novos sobre quem teria matado o mais famoso cangaceiro - JC

A morte de Lampião dissecada por Frederico Pernambucano de Mello

O soldado Sandes entrevistado por Frederico Pernambucano de Mello / Foto: Acervo do autor
O soldado Sandes entrevistado por Frederico Pernambucano de Mello
Foto: Acervo do autor
Diogo Guedes
Em alguns de seus campos, a história pode se parecer bastante com uma investigação. Desde 1970, o historiador Frederico Pernambucano de Mello tentava arranjar meios de averiguar uma informação que tinha chegado até ele – a de que Antônio Honorato da Silva, o Honoratinho, não era o verdadeiro responsável por matar o cangaceiro Lampião durnante um tiroteio em 1938. O autor do disparo fatal, segundo testemunhas, teria sido um outro guarda-costa do aspirante Francisco Ferreira da Silva, que teria ficado oculto. Então, a partir de 1978, Frederico começou a tentar entrevistar um companheiro dele, Sebastião Vieira Sandes, o Santo, que se recusava a falar sobre o assunto.
Quando visitava Alagoas, o historiador deixava sempre um recado, com esperança de uma resposta. O máximo que recebeu, através de um parente de Sandes, foi uma recusa educada e uma garantia de que, se um dia o ex-soldado aceitasse falar sobre o assunto, o procuraria. Esse dia só veio 25 anos depois, quando Frederico já quase não alimentava expectativas. A paciência, ainda mais na história, é muita vezes recompensadora, e a conversa com Sandes gerou uma das principais revelações do novo livro do autor, Apagando o Lampião: Vida e Morte do Rei do Cangaço (Global), que vai ser apresentado na próxima segunda (26), com uma palestra, às 15h, e o lançamento do livro, às 17h, na Academia Pernambucana de Letras.
Uma das principais autoridades no cangaço no Brasil, Frederico é autor de títulos como Guerreiros do Sol e A Estética do Cangaço. Em Apagando o Lampião, o foco é na morte do principal líder do banditismo no Nordeste, que, na prática, começou a decretar o fim definitivo do cangaço na região. Mais do que analisar e narrar o assassinato de Virgulino Ferreira da Silva, o historiador traz novas hipóteses e dados, defendendo que foi outro o autor do disparo fatal que vitimou o companheiro de Maria Bonita.

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