sábado, 29 de agosto de 2015

UM TEXTO DE DOM EDVALDO AMARAL - GAZETA DE ALAGOAS

Ideologia de gênero
Por: » Dom Edvaldo G. Amaral – arcebispo emérito de Maceió. Blog: domedvaldo .blogspot.com.br.
De uns tempos para cá, começou-se a falar em “ideologia de gênero”. Mas o que é isso, afinal? Que importância tem em nosso cotidiano? Que repercussão essa tal ideologia terá, se aplicada, na formação de nossa juventude? E afinal, que efeitos esse conceito poderia trazer, se transformado em lei, como pretendem seus fautores mais avançados, para nossa sociedade, que se pretende cristâ?

É simples e estarrecedor ao mesmo tempo. A tal ideologia de gênero, por incrível que pareça, pretende afirmar que a distinção entre os sexos deve ser uma mera escolha de cada um, independentemente de seu aparelho genital, de sua psicologia específica, de seus gostos e aptidões, que distinguem e sempre distinguirão o homem da mulher e vice-versa.

Assim, a criança desde seus verdes anos, iria escolher se quer ser menino ou menina, homem ou mulher, sem nada influirem nesta escolha seus órgãos genitais, suas naturais tendências e inclinações. Ninguém nasce homem ou mulher, dizem eles, mas ao longo da vida, vai escolher sua própria identidade. Gênero -dizem – é uma construção pessoal, auto-definida e ninguém deve se identificar como homem ou mulher, mas terá que inventar, definir sua própria identidade. Em consequência disso, se ensina que a família é uma instituição antiquada. Os tempos mudaram – afirmam – e precisamos “abrir a cabeça”.

O perigo que se corre atualmente é que essa tal “ideologia de gênero” possa ser por força de lei ensinada nas escolas públicas. Desde o ano de 2012, mais de quinze projetos de lei foram apresentados no Congresso Nacional, tentando aprovar esta aberração nas escolas públicas do Brasil. Assim, nossas crianças iriam aprender que elas não nascem meninos ou meninas, mas devem livremente optar por um gênero para si mesmas. Em 2014 – informa o jornal da Arquidiocese do Rio – o Congresso Nacional retirou do Plano Nacional de Educação, em 25 de julho daquele ano, todas as menções da tal “ideologia de gênero”. Este Plano foi aprovado pela Presidente da República com a lei 13.005. No entanto, o Fórum Nacional de Educação, desconsiderando a autoridade do Congresso Nacional publicou, em novembro de 2014, um texto a ser apresentado aos Estados e municípios da Federação, contendo os mesmos termos rejeitados no Congresso Nacional. O texto inclui mais de trinta vezes as equívocas expressões “identidade de gênero” e “orientação sexual”.

Com o pretexto de combater a discriminação da mulher e dos homossexuais, os fautores da tal “ideologia de gênero” o que desejam mesmo é desconstruir a instituição familiar, modificando o conceito cristão de pai e mãe, de filho e filha, do casamento, do sentido religioso da família e de tudo o que compõe seus reais valores. Assim, pretendem destruir o edifício da família no sentido cristão, desconstruindo as idéias religiosas sobre sexo, família e sociedade.

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