“A questão, hoje, é se ele é o astuto capo di tutti capi de uma máfia do colarinho branco que administra milhões de dólares escondidos por aí ou se é o que tenta parecer: um quase ancião distraído com tendências burlescas que não sabia das más ações dos corruptos ao seu redor.
O que todo mundo sabe, ainda mais depois que foram presas pessoas tão estreitamente ligadas a ele, é que muitas delas encheram os bolsos com dinheiro sujo. Ele sustenta que não sabia de nada. Uma olhada em sua trajetória coloca em dúvida o que diz.
Nascido em uma família da classe trabalhadora, foi ele que transformou a estrutura que comanda em uma máquina de ganhar dinheiro.
Não há nenhuma prova, é verdade, que ele se beneficiou da roubalheira.
Mas é preciso ter sido muito cego ou muito incompetente para não fazer uma ideia do que se passava a poucos metros do seu gabinete de trabalho. Ou mesmo em locais distantes, mas ao seu alcance.
Talvez não demore mais tanto assim para que a Justiça diga se ele é inocente de qualquer delito e ignorante dos crimes dos seus amigos. Enquanto isso, o que se pode afirmar com segurança é que ao longo de sua carreira ele demonstrou ter uma pele de rinoceronte misturada com uma camada espantosamente protetora de teflon.”
(Trechos levemente reescritos de duas reportagens publicadas, hoje, pelo jornal espanhol El País sobre Joseph Blater, presidente da FIFA. Qualquer semelhança com outros fatos reais ou inventados não passa de mera coincidência.)
Joseph Sepp Blatter e Luiz Inácio Lula da Silva
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