A jovem senhora estava fazendo tratamento de um câncer do colo uterino quando seu pequeno filho começou a apresentar dores articulares, febre, falta de apetite e umas manchas epidérmicas. Ela aproveitou a proximidade com os médicos que a estavam tratando e, sob suas orientações, submeteu a criança a vários exames, que findaram por concluir que ela estava com leucemia. Hoje, os dois vão juntinhos, diariamente, ao hospital, para fazer os seus tratamentos.
Convivo diariamente com pessoas muito estressadas. Estão acometidas por uma enfermidade cujo diagnóstico em si já abala o mais equilibrado ser humano, com inevitáveis extensões desse estresse aos familiares. Quem consagrou o termo estresse foi o médico Hans Seyle (1907-1982), depois de demorados estudos, ao final dos quais registrou que confrontados por um infortúnio na vida, vamos passar por três fases: a primeira é a reação de alarme, a segunda é a da resistência ao estresse. Na terceira, superamos o problema ou o nosso organismo entra num estágio de exaustão.
No final, o mais importante do trabalho de Seyle é que ele mostrou que o ser humano não é apenas uma soma de órgãos, é uma totalidade; adoece como uma totalidade e se cura como uma totalidade. Seu trabalho é uma mensagem científica e humanista. Muito importante nesse mundo de estressados em que vivemos. Seyle entrou para a história associando seu nome a uma expressão, sonho de todo cientista, pensador ou artista, como Freud e a psicanálise; Einstein e a relatividade; Sartre e o existencialismo e Bach à música barroca.
Enfrentar o estresse passou a ser um objetivo em si próprio, tão importante como combater um vírus, uma bactéria, o diabetes ou o colesterol alto. Trabalhar pode ser um estresse para muita gente, mas alguns, ao contrário, continuam trabalhando diariamente, mesmo com a idade avançada, como é o caso do doutor Antenor Teixeira, que esta semana completou 80 anos e continua diariamente dando seus respeitados e corretos diagnósticos ao microscópio.
Nozinho, como é chamado carinhosamente pelos colegas, é aquele que tem a importantíssima e, às vezes, cruel missão de fechar o diagnóstico. É ele que diz se é benigno ou maligno aquele tumor, finalizando ou iniciando etapas de vida de uma pessoa e de uma família. Atualizado e estudioso, continua gozando inestimável respeito e admiração entre seus colegas de Alagoas e também nacionalmente. Um exemplo de tenacidade, perseverança e humildade científicas.
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