terça-feira, 26 de maio de 2015

'Luciano falou: 'A gente vai cair'', conta Angélica sobre pouso forçado - JORNAL NACIONAL


Os apresentadores Luciano Huck e Angélica deram uma entrevista exclusiva nesta segunda-feira (25) ao repórter José Roberto Burnier, do Jornal Nacional, e falaram sobre o pouso forçado ocorrido neste domingo (24) perto de Campo Grande (MS).

“Foi um milagre porque tudo quebrou, menos a gente. Eu ainda não consegui dormir porque eu fecho o olho e fico vendo tudo de novo”, disse Angélica. “As cenas são muito reais, muito fortes, nunca tinha tido uma cena recorrente que você fecha o olho e vê ela”, afirmou Huck.

Luciano teve uma fissura pequena em uma vértebra torácica. E Angélica distendeu três músculos pequenos que são ligados à bacia e o músculo da cervical, da nuca. Não houve fraturas. Os dois receberam alta na noite desta segunda-feira (25).

Os três filhos do casal e as babás Marcíleia Eunice Garcia e Francisca Clarice Canelo Mesquita, que os acompanhavam, também passaram por exames e foram liberados na noite de domingo.

Confira trechos da entrevista:

MILAGRE
José Roberto Burnier: O que foi que aconteceu?
Huck: Foi um milagre, a gente encarou como um milagre, foi o renascimento da família toda. Para a gente agradecer.

MINUTOS ANTES DO POUSO
HUCK: A gente estava voltando em direção a Campo Grande. O Benício do meu lado, o Joaquim na minha frente, a Angélica e as duas babás e a Eva estava brincando pelo avião. Aí o avião deu uma bundadinha de lado. Eu gosto de aviação, olhei, o piloto estava mexendo na bomba de combustível, eu olhei o painel, vi que um motor estava apagado. Só posso agradecer, ele salvou a todos nós.

Burnier: Neste momento, como estava o clima no avião?
Huck: Nesse momento, a Angélica se desesperou, estava gritando muito já, o Joaquim estava gritando muito, o Benício estava tenso, quieto. A Angélica gritava, dizia "quero que pouse".

Angélica: Ele virou para mim, estava muito pálido. Eu falei “A gente vai pousar?” “Não, a gente vai cair. Abaixa”. A gente abaixou. Quando olhei, um dos lados apagou, um dos motores, e o avião embicou. Eu olhei para ele, eu vi que a gente estava caindo e meu filho gritava muito: 'eu não quero morrer'. Eu entrei em pânico.

Burnier: O que passou na sua cabeça neste momento?

Angélica: Passou na minha cabeça que a gente ia se machucar muito ou morrer. Passou na minha cabeça rápido que eu preferia, então, que a gente não se machucasse. Fez um silêncio na cabine enquanto estava batendo no chão, a primeira batida, a segunda, a terceira. Era um barulho ensurdecedor, mas um silêncio muito grande no coração. A lembrança que eu tenho é que como se a gente tivesse morrendo mesmo, um silêncio, algo estranho.

MEDO
José Roberto Burnier: Alguma vez na sua vida você sentiu pavor parecido?
Angélica: Nunca, nunca, mas eu também nunca tive tanta fé ao mesmo tempo. Se eu já era meio carola, agora eu não sei o que vai acontecer comigo. Eu nunca tive tanta fé. Ele é uma pessoa de muita fé também, a gente tem religiões diferentes.
Huck: Quando terminou tudo, a gente disse, mas como agradece? Como faz para agradecer?

DORES

Huck: Eu estava com muita dor nas costas, mas eu sabia que não podia esmorecer porque eu sabia que tinha que resolver aquilo até estar todo mundo bem. A Angélica a gente sabia que era alguma coisa dentro porque ela chorava muito, ela não conseguia andar, se retorcia toda, ela estava muito nervosa e as crianças estavam bem. A Eva chorava muito, a gente achou que ela tinha se machucado por dentro, ela estava com uma marca na lateralzinha, mas foi a babá que apertou muito ela.

Angélica: E o Joaquim inchou o rosto na hora, mas porque bateu na janela.

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