A indicação de Mellina Freitas à Secretaria de Estado da Cultura (Secult) é um dos assuntos mais repercutidos entre a sociedade e a imprensa desde que o anúncio foi feito pelo governador eleito Renan Filho (PMDB), em rede social, no último dia 22 de dezembro. Ex-prefeita do município de Piranhas, ela atuou na campanha do candidato peemedebista como uma das coordenadoras da caravana da juventude e diz que avalia o convite para compor o secretariado como uma “consequência natural” e política, já que também é militante do PMDB.
Em entrevista à reportagem do CadaMinuto, Mellina Freitas falou sobre as prioridades em sua gestão, afirmando que, mesmo sem ter tomado posse, tem buscado “escutar referências” do meio cultural em Alagoas, mas não citou nomes que possivelmente irão compor a sua equipe. “Recebi o convite para a Secult com muita honra, mas com consciência da responsabilidade. Quero focar o trabalho nos movimentos culturais, tradicionais e modernos, por meio de parcerias. Pretendo ouvi-los para traçar um planejamento. Será um trabalho conjunto, com muito cuidado, de uma equipe técnica que irá arregaçar as mangas”, disse a futura secretária.
Ainda sobre a indicação ao cargo, Mellina atribuiu a nomeação, além da questão política, ao “trabalho desenvolvido na prefeitura de Piranhas”, onde, segundo ela, priorizou a cultura. “Somos correligionários, militantes do mesmo partido, e Renan Filho conhece minha trajetória, meu trabalho quando fui prefeita. Isso é uma consequência natural”, disse ela, reiterando que é “escritora e poetisa”, o que seriam os fatores técnicos para que assumisse a pasta.
Um dos maiores motivos da repercussão quanto à indicação de Mellina para a Secult é o envolvimento da peemedebista em processos que tramitam na Justiça de Alagoas. Ela foi prefeita de Piranhas entre 2008 e 2012 e, deste período, carrega 455 denúncias formalizadas pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), que investigou e identificou o desvio de R$ 15,93 milhões em recursos por uma quadrilha que seria chefiada pela ex-prefeita. À época, as investigações foram coordenadas pelopromotor Alfredo Gaspar de Mendonça, que também foi indicado por Renan Filho e será, a partir de janeiro, “colega” de Melina no secretariado, à frente da Defesa Social do Estado.
Em nota publicada na tarde desta sexta-feira (26) e assinada por mais de 100 grupos, oMovimento Cultural Alagoano (Mova) repudiou a indicação de Renan Filho e justificou a medida pelo fato de, para eles, Mellina não apresentar requisitos técnicos e éticos para ocupar o cargo. “Respeito toda e qualquer atitude deste tipo. Vivemos em um país democrático e isso faz parte. A partir de janeiro irei trabalhar com humildade, com diálogos com os movimentos, inclusive o Mova, e espero que eles tirem essa impressão que têm de mim. Irei me esforçarei”, disse a peemedebista.
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