quarta-feira, 8 de outubro de 2014

UM TEXTO DE TÂNIA FUSCO

O DESASTRE DAS PESQUISAS ELEITORAIS

Tânia Fusco
Antiga que sou, tenho imenso prazer de votar. Depois, estejam ou não meus candidatos entre os favoritos, fico eufórica e ansiosa para saber o resultado das urnas. Não foi diferente no domingo.
O distinto foi que, desta vez, os resultados da apuração eram tão desbaratados em relação às pesquisas de intenção de voto que provocavam risos. Às vezes, gargalhadas.pesquisa_eleitoral_01
Como assim? Passei meses lendo e ouvindo: “A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%”.
Ou seja, os 5% de possibilidade de erro foram elásticos e generalizados? Mentiram os pesquisados ou as metodologias das pesquisas foram despudoradamente erráticas? Estão ai postas algumas justificativas: Pesquisas não captaram a velocidade de crescimento de uns e outros candidatos ou o x da questão está nas diferenças entre os números de total votos e de votos validos… Oi?
Quem sabe, ouso especular, não houve uma bolha de mineiragem coletiva? Com dois dos principais candidatos – Aécio e Dilma – mineiros, os eleitores mimetizaram e, numa traquinagem nacional, esconderam o jogo até o encontro com as urnas – deram uma mineirada. Disseram que iam pra ali e foram pra lá.
Bobagens a parte, e só para citar estados grandões, as pesquisas erraram feio no Rio Grande do Sul, na Bahia, em Pernambuco e São Paulo, por exemplo, onde a diferença na votação dos candidatos ao Senado José Serra e Eduardo Suplicy não foi dos 13/12 pontos, previstos, mas de mais 25 pontos em favor de Serra.
Nada desprezível também foram os erros nas previsões de votos para os presidenciáveis, onde a distância apontada entre os candidatos Dilma e Aécio, em vésperas da votação, chegou a mais de 20 pontos percentuais em favor dela. Urnas apuradas, Aécio ficou apenas 8 pontos atrás da presidenta.
Todo mundo sabe que cada ponto a mais alardeado nas pesquisas vale ouro para palanques, recursos, militância, eleitores. Cada 1/2 a menos, por sua vez, arrasa quarteirão nos mesmos fundamentais itens de campanhas.
Assim, erros gritantes exigem explicações berrantes, que ainda não apareceram nesse day after do primeiro turno.
Até aqui, as pesquisas saem da eleição como a nossa Seleção Brasileira saiu da Copa do Mundo – com arrasadores e inexplicáveis 7 a 1 contra.

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