Não me fiz de rogado, até gosto dessas
viagens, dos embalos de campanha, principalmente porque o candidato é um jovem
em quem acredito, embora seja mais moço, tenho de dar crédito à juventude,
melhorar o nível dessa Assembléia Legislativa ou vamos pagar um preço caro em descrédito na democracia, a
mais justa, por isso, a mais difícil forma de governo.
Armando é excelente técnico, engenheiro, dedicado,
aperfeiçoado em engenharia civil, tem construtora,
vai bem em suas finanças, agora resolver candidatar-se.
Ainda
na manhã do sábado partimos para as primeiras jornadas, o destino final era a
bonita e aprazível cidade de Olho D’Água das Flores.
Chegamos em Santana do Ipanema na hora do
almoço, logo estávamos com amigos, políticos. Quando de repente apareceu um
bando de mulheres bonitas, entre elas, a namorada de Armando, ele solteiro,
vive à procura do amor de sua vida. Uma bonita moça de pele macia, morena,
olhos verdes acinzentados, ao lado da mãe, quem olhava dizia ser irmãs gêmeas.
A mãe enviuvou cedo, tinha só uma filha e uma grande alegria de viver refletida
em seus belos olhos verdes, pareciam duas contas pequeninas. Maurício de Nassau e seus soldados holandeses
espalharam esses magníficos olhos verdes, miscigenando o sertão nordestino nos
séculos passados.
Depois do almoço, foi marcado encontro no
clube, onde haveria festa por volta das nove da noite.
Passamos a tarde visitando vilas e fazendas. Aonde chegávamos havia comida
e bebida, candidato que se preza, jamais pode deixar de beber e comer em cada
canto que chega. Só de uísque da fazenda de do Dr. Chiquinho deixou a comitiva alegre, meio de porre. Ao
chegarmos em Olho D ’Água
das Flores perto das oito da noite pegamos um hotel.
Preparava-me para dormir, tirar um sono
merecido, entretanto, meu amigo Armando insistiu, fez questão de minha
presença. Tomei um banho, troquei a roupa parti junto aos amigos para a festa.
No clube houve acalorada recepção, nos
colocaram em uma mesa especial, rodeados de vários amigos e políticos locais.
Sertanejo é povo hospitaleiro e bom.
Ambiente de boate, luzes escuras, música suave, ótimo para conversar, beber um uisquinho,
local agradável, familiar, descontraído.
Ao longe uma mulher fez sinal para Armando,
ele pediu licença, ia dançar com a
namorada. O meu amigo estava com o teor etílico ultrapassando o limite, isso é
bêbado. Lá se foi andando trôpego até a sua linda namorada.
Cumprimentou-a, logo puxou-a levemente pelo
braço, arrastou a moça para o salão.
A música suave fez trazê-la mais junto,
corpo a corpo, houve certa resistência no início, momentos depois os dois
dançavam como se fosse apenas um corpo, entre os dois não passava um raio de
silibrina. Nesse bom momento Armando alisou a companheira, carícias
lascivas, cheiro no pescoço, lambida nas orelhas, as mãos trabalhavam
obedecendo às vontades.
Os dois ficaram num gostoso abraço
dançante, esfregaram-se por mais de meia hora.
De repente, sua parceira, afastou-se um
pouco, olhou em seus olhos bêbados, falou sorrindo: -“Pronto, está bom! Agora
vá dançar com sua namorada, Daniela acabou de chegar, está na entrada com as
meninas. Essa dança é nosso segredo, qualquer dia a gente dança mais”.
Foi quando Armando percebeu, com certa
alegria, estava dançando com sua magnífica, estonteante sogra. Nesse embalo vai
terminar sendo eleito.
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