sexta-feira, 9 de agosto de 2013

UM TEXTO DE RONALD MENDONÇA

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO

Ronald Mendonça
Médico e Membro da AAL

O Mal não pode juntar-se ao Bem. Com a revolta de Lúcifer, criar-se-iam dois reinos, o da Virtude e Bondade (que depois nomearia uma loja maçônica), liderado por Jeová, e o outro, da perdição, da concupiscência, da canalhice, cujo chefe era ninguém menos que o exilado, o “coisa-suja”, o “imundo”. Todos surgentes por obra do Supremo Arquiteto.
Contrariada a tese de que do Bem não pode advir o Mal, um Deus solitário, quem sabe enfastiado e em crise de melancolia, enquanto distraía-se amassando barro, cria um mundo e nele insere o homem, por sinal, coberto apenas por uma minúscula folha. Pior foi botar uma mulher nua perto dele. Há sempre um dia de serpente e de maçã.
Transgredir parece ser o destino da humanidade. Sobretudo quando há companhias. Caim não seria um assassino se não houvesse um piedoso Abel. Adão jamais sucumbiria às fraquezas da carne, não fora pela sedutora presença de uma Eva lindamente nua.
Brutus estaria na estrebaria da história não fora o paio grande Júlio César.  Precisou haver um St. Juste para um Robespierre pagar o ônus da carnificina francesa. O bom e doce Joseph Stalin, certamente, não ordenaria a morte de um pinto se não tivesse a companhia do inseparável Beria.
Família é fogo. Mais do que pelas admoestações de opositores implacáveis, decepcionado, Getúlio Vargas meteria uma bala no peito ao ouvir do próprio filho confissão admitindo-se autor de lesões ao erário. Tudo é relativo. Fazendo força para viver, o octogenário Sarney continua a receber lições de filhos e ex-pupilos.
A Siemens abriu o bico. Tudo indica que depois de São Paulo, o escândalo vai se espalhar pelo Brasil. Tendo o filho Zuzinha como uma das peças (tortas?) de seu governo, o insuspeito Mário Covas levou para o túmulo o que sabia sobre o caso. Matarazzo (Andreia), Alkimin e Serra, vivos e bulindo, são os que precisam dar boas explicações...
Nem tudo que Deus fez deu xabú. Tendo Paulo Maluf e seu rebento Sérgio como obras primas, Lula é outro exemplo de ética. Ainda como sindicalista se superaria ao “papar” pencas de solitárias viuvinhas. Na presidência da República, cercar-se-ia de pessoas encantadoras. Carismática companheira de viagem, Dona Rose é uma delas.

Há luz no fim do túnel. Sem o pai nunca ter sabido do mensalão, Lulinha Jr. era um exemplo de gênio em estado larvar. Deificado, de súbito, Júnior eclodiriade um zoológico. Criador de gado dos mais prósperos do planeta, até Deus sente orgulho dele. 

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