quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Black Blocs: o Brasil de preto sem máscaras - PELA PRIMEIRA VEZ OS ANARQUISTAS NA LINHA DE FRENTE DOS PROTESTOS DE RUA DO PAÍS TIRAM A MÁSCARA E FALAM À GQ NA EDIÇÃO DE AGOSTO G1


Black blocs (Foto: Ian Boechat)

Olga se assustou com o estouro da primeira bomba de efeito moral. Filha de um ex-policial militar e moradora da zona leste da capital paulista, a jovem loira de 22 anos sabia que a tropa de choque da PM, que se aproximava pelo Viaduto do Chá, não queria diálogo com as milhares de pessoas que assumiram o controle do centro de São Paulo naquela noite de junho. Mas dali ela não fugiria: Olga afastou grades de isolamento, juntou pedras e ajudou a incendiar um carro. 
 
OLga Black bloc (Foto: Ian Boechat)

De preto, os Black Blocs formam um bloco único e se posicionam entre os manifestantes e a polícia. A estratégia surgiu na Alemanha no início dos anos 80. Movimentos antinucleares, punks, anarquistas e invasores de prédios abandonados passaram a ser perseguidos pela polícia. Em dezembro de 1980, 20 mil pessoas vestidas de preto tomaram as ruas e confrontaram a polícia. Destruíram vários distritos comerciais e a tática foi batizada pela imprensa alemã de “Schwarze Block” (Bloco Negro).
 
"Acho que só uma manifestação pacífica, todo mundo de cara pintadinha, de máscara... isso não resolve nada. O negócio é partir para a depredação mesmo porque só assim eles escutam a voz do povo", diz Olga. 

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