DEU NO JORNAL DA BESTA FUBANA

9 julho 2013JORGE FILÓ – RECIFE-PE

Publicado por Luiz Berto em CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

Caríssima Santidade…

Olhai mais uma bela dicotomia do mundo muderno!

Fico no aguardo de vossas, sempre elucidativas, explicações.

R. Se você não enxerga a diferença entre um caso e outro (o que eu acredito que seja verdadeiro…), me dê só um tempinho que eu vou ver se encontro paciência pra explicar. Tá certo?

Daqui a pouco chega aqui no Palácio Pontifício o Cardeal Poeta Brás Costa, vindo diretamente da Europa, e a conversa vai ser comprida. Vamos falar até de esportes. De futebol, de levantamento-de-copo e de boxe. E também de boxeadores que fogem dos seus países e pedem asilo político em terras capitalistas decadentes. De modo que eu tô meio avexado e preciso de um tempinho pra botar a cerveja pra gelar e preparar tira-gosto. A cachaça Germana já está aberta.

Este tolôte irracional que você me mandou agora, um outro leitor já havia visto no tal do feissibuqui e me remeteu hoje da manhã. Eu ri pra cacete e comecei bem a minha terça-feira. Ri principalmente da frase que está embaixo da foto de Yoani: “entra e sai de Cuba à vontade“. Eu sei, nós sabemos disto… Sabemos como foi que ela conseguiu sair “à vontade” há poucos meses… só pediu visto de saída uma única vez e foi imediatamente atendida…

Quando o meu saco estiver relativamente vazio da ladainha despejada na internet pela legião dos xiitas que ainda não acreditam que o Muro de Berlim foi derrubado, que a Coréia do Norte é a maior prisão a céu aberto do planeta Terra, que a Albânia está extinta e enterrada, que os cubanos compram a edição impressa do jornal Gramna pra limpar a bunda porque não tem papel higiênico na ilha e que a URSS não mais existe, eu tentarei mostrar a diferença entre os dois casos. Embora, confesso, sem a menor esperança de ser entendido… Tem um tipo de cegueira que nem os competentíssimos oftalmologistas formados em Havana conseguem curar: a cegueira político-ideológica.

Enquanto isto, o espaço livre, aberto, democrático e sem censura do JBF – o único blogue que eu conheço na rede internética brasileira que adota esta prática e que não tem nem mesmo moderação de comentários -, está inteiramente à disposição de todos os leitores, de um extremo a outro do espectro ideológico, pra se manifestar sobre esta postagem.