sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Quinta feira de Cinzas | A Maceió que Queremos. OVERMUNDO



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Coletivo Popfuzz · Maceió, AL

A falta de financiamento do carnaval de Maceió pela prefeitura, o desinteresse da elite Alagoana quanto aos aspectos populares da festa, a violência que explode na periferia em época de carnaval com a falta de cultura e lazer, o contexto histórico do carnaval em Maceió entre outros assuntos foram discutidos hoje no debate “Quinta feira de cinzas”, realizado pelo movimento “A Maceió que queremos”, no teatro Linda Mascarenhas. O debate contou com a presença da vereadora Heloisa Helena (PSOL), membros da CUT, professores universitários e coletivos culturais.

Mediado pelo membro do Coletivo Popfuzz, Nando Magalhães, o grupo discutiu o contexto histórico da ausência do carnaval em Maceió. Segundo o professor do curso de administração da UFAL, Gustavo Madeiro, a elite alagoana começa a perder o seu interesse no carnaval toda vez que este se populariza, que se aproxima da classe média. Foi assim na década de 1960, com a invasão classe média nos bailes e mais uma vez nos anos 1990, com o Maceió Fest, onde a divisão de classes se dava pelo cordão de isolamento e que logo foi “invadido” pelas diversas camadas populares. Consequentemente, logo após essa “invasão”, as festas passaram a extinguir-se.

Um dos assuntos mais instigantes da reunião foi o debate sobre o aumento da mortalidade nas periferias de Maceió em dias de carnaval. “A falta de lazer e cultura no carnaval está totalmente ligada a matança do jovem na periferia”, afirmou o professor dr. Edson Bezerra. Edson, ainda sugeriu que o carnaval fosse visto de maneira turística e econômica. “O investimento do governo na cultura traria benefícios econômicos estrondosos para cidade com a quantidade de turistas consumindo aqui.”

Um dos momentos mais emocionantes do debate foi a leitura da carta escrita pelo secretário de cultura de Marechal Deodoro, Carlito Lima, feita para o novo prefeito Ruy Palmeira (PSDB). A carta tenta desmentir a história de Maceió ser transformada em balneário para turistas que não gostam de carnaval. Carlito afirma que isso é uma falácia e que o investimento no carnaval maceioense só traria mais turistas para a capital, por dar mais uma opção de entretenimento aos visitantes.

Partindo também do principio “carnaval é feito pelo povo”, o membro do maracatu Afro Caeté, Cadu Ávila, falou sobre a importância do mapeamento dos pontos de resistência do carnaval maceioense, para que assim comece a ser criada uma programação cultural no período de festa.

A vereadora do PSOL, Heloisa Helena, apoiou o grupo “Maceió que queremos” pela comoção da sociedade civil para pensar politicas públicas para a cidade e terminou sua fala convidando os presentes para uma audiência pública com a prefeitura de Maceió.

“A quinta-feira de cinzas” foi um dos debates do grupo “Maceió que queremos” que propõe a mobilização da sociedade civil para a construção de politicas públicas e ocupação nos processos participativos.

Veja a cobertura fotográfica: http://flic.kr/p/dT6vfU
Acompanhe as discussões do grupo: http://bit.ly/TdiFai

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