28 de janeiro de 1942 - Brasil rompe com países do Eixo
"As conquistas desta Conferência não as poderão apreciar os contemporâneos. As grandes obras só podem ser bem compreendidas quando o tempo dá à inteligência a sua perspectiva divina e sua eterna luz. Desde já, porém, podemos afirmar que transformamos uma utopia em realidade, e que já espledem, realizados em sua plenitude, o anseio, o sonho e o ideal de nossos maiores.
A paz dos povos e a união das nações na Ásia, na África e na Europa são a história mesma de uma sucessão trágica de fracassos e de esforços vãos dos homens, em séculos de porfia, de desenganos e de conflitos.
Os povos americanos a realizaram e nós, seus Chanceleres, a confirmamos hoje, porque proscrevemos da comunhão continental a violência, o império, o predomínio, afim de dar lugar à confiança, à solidariedade e à justça, colunas sobre as quais repousam a igualdade das nações ameicanas, a independência de seus povos e a liberdade de todos nós, cidadãos da América". Osvaldo Aranha
Honrando a palavra empenhada e dando sentido à recomendação da defesa continental da 3ª Reunião de Chanceleres das Repúblicas Americanas para que, sob ameaça internacional, os países americanos se consultassem mutuamente e acordassem uma postura única, o Brasil rompeu relações diplomáticas com os países do Eixo - Alemanha, Itália e Japão. A declaração oficial foi feita solenemente pelo Sr. Osvaldo Aranha durante o encerramento do evento, realizado durante 15 dias no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro. Entre o público presente estavam líderes e demais representantes de 21 nações americanas que saudaram o chanceler brasileiro com entusiasmada salva de palmas.
Embora a simpatia de alguns setores do governo brasileiro com os nazi-fascistas chegasse a alimentar rumores de que o Brasil poderia aderir ao Eixo durante a Segunda Guerra (1939-1945), os Estados Unidos acenavam com ampla cooperação caso o Brasil se afastasse do bloco inimigo. Esta pressão norte-americana, que oferecia mais perspectivas ao Brasil principalmente na esfera econômica, foi decisiva.
Entre as conquistas brasileiras estavam o reequipamento das Forças Armadas e o apoio financeiro para a modernização do parque industrial nacional. Em contrapartida, a diplomacia americana reivindicou a disponibilidade de borracha e minérios, entre outros materiais estratégicos para o esforço de guerra e a instalação de uma base aérea no Nordeste para o transporte de materiais para a Europa e controle do Atlântico Sul.
Essa aproximação projetou o Brasil como maior aliado dos EUA na América, deixando-o sob a mira de investidas do Eixo. No dia 22 de agosto daquele ano, navios brasileiros foram afundados pelos torpedos dos submarinos alemães. O episódio atingiu também a estabilidade do governo Vargas. Foi o estopim para que o Brasil entrasse na Guerra.
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