segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Operação Porto Seguro Paulo Vieira pagou dívida do carro do irmão de Rose. VEJA


Pagamento de 2 300 reais do licenciamento de um Corsa faz parte de uma série de favores de Vieira em troca de indicações para cargos públicos

Rosemary Nóvoa de Noronha: ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo
Rosemary recebeu favores em troca de indicações para cargos públicos (Jorge Araujo/Folhapress )
O grupo comandado por Paulo Vieira pagou uma dívida de licenciamento de 2 300 reais de um carro do irmão de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo. Relatórios da Operação Porto Seguro mostram que o diretor afastado da Agência Nacional de Águas (ANA) fez um pagamento em dinheiro para regularizar o Chevrolet Corsa 96/97 de Edson Lara Nóvoa. Rose pediu o favor em 19 janeiro de 2009. Vieira entrou em contato por e-mail com a funcionária de um serviço de despachantes, com os dados do carro de Edson.
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Segundo uma mensagem interceptada pela PF, a dívida para o licenciamento referente ao ano de 2008 era de 2.335,36 reais. "O meu irmão Marcelo irá levar o dinheiro para você amanhã. Vamos fazer o pagamento à vista", escreveu Vieira à funcionária. Marcelo seria o responsável pelos pagamentos feitos pelo grupo.
Em 29 de janeiro, Vieira informou que o documento do carro estava pronto e se ofereceu para enviá-lo à casa de Edson. Rose sugeriu que o documento fosse entregue a ela dentro do gabinete da Presidência em São Paulo, mas o relatório da PF não informa se isso ocorreu. "Bjokas e obrigada vc é meu irmão... conte comigo sempre que precisar!", escreveu Rose a Paulo, em agradecimento.

Favores – O pagamento faz parte de uma série de favores que Vieira teria prestado a Rose em troca de reuniões com autoridades e indicações para cargos no governo. Neste domingo, foi relevado que o carro de Rose pertencia ao grupo.
Outros e-mails interceptados durante a Operação Porto Seguro mostram que Rosemary Noronha pedia favores financeiros ao então presidente da Bancoop, João Vaccari Neto, que é suspeito de estelionato, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha no caso envolvendo desvios de recursos da cooperativa ligada ao Sindicato dos Bancários.
Em abril de 2009, Rose enviou uma lista de pendências para Paulo Vieira, apontado como chefe da organização desarticulada pela Operação Porto Seguro. Um deles faz referência ao petista. "O juros daquela prestação é de 1 700 reais. Será que você não consegue resolver para que não tenhamos que gastar esse valor? Vou ligar para o Vaccari e pedir um adiantamento." Dias depois, Vieira também cita Vaccari. Ao lado do nome do petista, Vieira diz a Rose: "Estou no aguardo dos dados para tomar as providências".
A PF também encontrou boletos da Bancoop em nome de Rose. O documento, no valor de 13.805,33 reais é referente ao imóvel Torres da Mooca.

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