domingo, 30 de dezembro de 2012

JB NA HISTÓRIA


1939 - A criação do Departamento de Imprensa e Propaganda

Jornal do Brasil: 28 de dezembro de 1939 - página

O Presidente Getúlio Vargas assinou o decreto que criou o DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda, a ele diretamente subordinado, em substituição ao DNP - Departamento Nacional de Propaganda.

Compreendendo os setores de divulgação, radiodifusão, teatro, cinema, turismo e imprensa, cabia ao DIP, entre outras tarefas:

- centralizar, coordenar, orientar e inspecionar a propaganda nacional; administrar, organizar e fiscalizar os serviços de turismo interno e externo;

- analisar as produções artísticas do teatro, cinema, de funções recreativas e esportivas, da radio-difusão, da literatura social e política e da imprensa, fazendo censura do material ofensivo ao decoro público, contrário ao governo e aos interesses nacionais;

- proibir a entrada no Brasil ou interditar a edição de publicações estrangeiras prejudiciais ou ofensivas aos interesses do país e de suas instituições;

- promover, organizar, patrocinar e auxiliar manifestações cívicas e populares com intuito patriótico e educativo; distribuir as notícias uniformizadas pela Agência Nacional.

A atuação centralizadora do DIP permitia ao governo exercer pleno controle da informação, assegurando-lhe o domínio da vida cultural do país. Era apresentado como fator de modernidade e justificado pelos princípios de agilidade, eficiência e racionalidade.

Ao longo de sua vigência, o DIP foi incorpando suas atribuições. Coercivo, corporativo e dirigista, o órgão censor firmou-se como um dos sustentáculos do governo ditatorial de Getúlio Vargas, com o objetivo de difundir sua ideologia junto às camadas mais populares. Com a decadência do Estado Novo, em 1945, foi extinto em maio do mesmo ano. Suas atividades eram incompatíveis com o alvorecer do processo de redemocratização no país.

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