1º de dezembro de 1989 – Gorbatchov visita Papa no Vaticano
Em uma reunião histórica no Vaticano, o líder soviético Mikhail Gorbatchov se reuniu com o Papa João Paulo II a fim de tentar restabelecer relações diplomáticas entre a União Soviética e a Igreja Católica. Ao fim do encontro, o homem-forte da URSS convidou Sua Santidade para visitar as terras frias soviéticas, as quais não recebiam um Papa desde 1917, pouco antes de eclodir a Revolução Russa, em novembro daquele ano.
Apesar de muito ovacionado nos salões da Santa Sé, Gorbatchov ouviu um não cordial como resposta. João Paulo II julgava ainda não ser a hora de realizar tal visita, devido às condições de bipolaridade e rivalidade em que o mundo ainda vivia, além do então estado de perseguição da Igreja Católica em países satélites soviéticos, como Lituânia e Letônia.
Segundo o porta-voz do Vaticano, Gorbatchov e João Paulo II “exprimiram o propósito comum de atingir a melhoria e o desenvolvimento das relações bilaterais entre a Santa Sé e a União Soviética em nível oficial, e contribuir para a colaboração internacional entre todos os Estados”. O que significava que finalmente a União Soviética e a Santa Sé declaravam-se dispostas a iniciar um trabalho diplomático para estabelecer futuramente relações normais e oficiais.
Dois dias depois do encontro, em reunião com o Presidente norte-americano George Bush [pai], Gorbatchov decretaria o fim da Guerra Fria. O futuro acordo de paz, ou seja, a declaração do fim das barreiras econômicas, políticas e sociais entre Estados Unidos e URSS, ocorreria após meio século de uma guerra terrível e silenciosa. O fim da Guerra Fria acontecia em decorrência da convergência de inúmeros fatores que, ao longo das décadas, levaram à decadência do Estado comunista da União Soviética.
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