26 de novembro de 1910: Chega ao fim a Revolta da Chibata
O Rio, finalmente, está livre da mira dos canhões da Marinha Brasileira. Após quatro dias de motim, os marinheiros que se rebelaram contra os maus-tratos praticados dentro da corporação aos militares de baixa patente, devolveram a frota de guerra e o armamento apreendidos encerrando o movimento que ficou conhecido como a Revolta da Chibata.
No início do século XX, a posição da Marinha brasileira entre as mais bem equipadas organizações navais do mundo contrastava com o comportamento escravista adotado internamente, que distanciava os superiores dos marinheiros, estes negros em sua grande maioria. Um dos símbolos dessa relação era a chibata, utilizada como punição disciplinar aos subordinados, que, aliada às péssimas condições de vida dos marujos a bordo, promovia unânime e crescente descontentamento entre eles.
A Revolta da Chibata foi o estopim dessa insatisfação, e ocorreu à bordo do encouraçado Minas Gerais, durante uma de suas viagens ao Rio de Janeiro. Depois de presenciarem o açoite em um soldado, os demais tripulantes desencadearam um motim vitimando o comandante e outros oficiais. A situação agravou-se com a adesão de outros navios, que, reunidos na Baia de Guanabara, voltaram seus canhões para a capital da República.
O líder da revolta, João Cândido, redigiu uma carta reivindicando a extinção dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Diante do pânico e da exposição a que a população do Rio de Janeiro ficou submetida, o presidente Hermes da Fonseca cedeu aos ultimatos.
A Revolta foi vitoriosa e os marinheiros foram anistiados pelo Congresso, como garantido no acordo oficial. No entanto, o receio de uma nova revolta promoveu uma forte repressão das autoridades. Os líderes foram presos, exonerados e exilados.
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