segunda-feira, 12 de novembro de 2012

JB NA HISTÓRIA


12 de novembro de 1989: Morre La Pasionaria Dolores Ibarruri

Morre La Pasionaria Dolores Ibarruri. Jornal do Brasil: Segunda-feira, 13 de novembro de 1989

Dolores Ibarruri, La Pasionaria, 93 anos, morreu de pneumonia, depois de três meses de internação em um hospital de Madri. Austera e com grande talento como oradora, tinha sobrancelhas cerradas, vestia-se de preto e usava brincos de prata. La Pasionaria foi o pseudônimo adotado por Dolores ao escrever seu primeiro artigo para o jornal El Minero Vizcaino, numa Sexta-Feira da Paixão.

A lendária líder comunista espanhola, ficou famosa com os seus discursos na Rádio Republicana de Madrid, durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). "É melhor morrer em pé do que viver de joelhos". Autora da célebre palavra de ordem "No passarán!", que passou a ser o lema da resistência da capital espanhola, tornou-se uma figura emblemática para os soldados e milicianos que defendiam a República.
La Pasionaria
Nascida em uma família pobre em 9 de dezembro de 1895, na região das minas de ferro do País Basco e, como ela mesmo dizia, desafiou o seu destino de costurar, parir e chorar, e entrou para a política. Queria ser professora, mas teve de largar os estudos para trabalhar como costureira. Casou-se com um líder socialista que a introduziu ao Marxismo, e teve seis filhos. Aderiu ao comunismo em 1920 e em 1930 foi eleita membro do Comitê Central do Partido Comunista da Espanha. Foi eleita deputada pela Frente Popular em 1931. Cada vez mais atuante e influente na política espanhola, em março de 1939, partiu para um exílio de 38 anos na União Soviética, retornando à Espanha somente em 1977, já no regime democrático, quando foi eleita novamente deputada.

Guerra Civil Espanhola
A Guerra Civil Espanhola teve como causa próxima o conflito entre as forças nacionalistas de direita e o regime republicano eleito, de tendência socialista e anticlerical. A guerra começou com o levante do exército espanhol no Marrocos em julho de 1936, e, apesar dos êxitos inicias, se estendeu por três anos. A Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini apoiaram os direitistas, enquanto a União Soviética apoiou os republicanos. Nas Brigadas Internacionais lutaram voluntários de diversos países, inclusive brasileiros, na defesa da Republica e dos ideais socialistas.

O confronto deixou mais de 500 mil mortos e constituiu um ensaio bélico para a Segunda Guerra Mundial, que viria logo em seguida. Nesta perspectiva se enquadra a destruição de Guernica pela aviação nazista, quando pela primeira vez se efetuou um bombardeio aéreo cerrado contra uma cidade aberta, provocando a morte de 1.600 pessoas, entre elas quatro dos seis filhos de La Pasionaria.

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