segunda-feira, 1 de outubro de 2012

JB NA HISTÓRIA


1º de outubro de 1987: Césio 137 - o acidente radioativo de Goiânia

O acidente do Césio 137. Jornal do Brasil: Quinta-feira, 1º de outubro de 1987

Dezesseis pessoas internadas em estado grave e cerca de 40 em regime especial de isolamento e observação médica. Estes foram os primeiros números oficialmente apresentados por causa da contaminação por radioatividade liberada por equipamento, que desapareceu do Instituto Goiano de Radioterapia e acabou vendido como sucata a um ferro-velho da cidade. Tratava-se de uma peça relativamente grande, pesando entre 600 e 800kg, dentro da qual uma gaveta, de 40kg, comportava uma cápsula de césio 137.

Todas as vítimas apresentaram sinais de queimadura após contato com o material uma semana antes. As duas primeiras mortes registradas em decorrência da contaminação foram: a menina Leide Ferreira, 6 anos, e sua tia, Maria Gabriela Ferreira, 37 anos, que manipularam a cápsula radioativa, encontrada pelos dois catadores de sucatas. Wagner Mota Pereira e Roberto dos Santos Alves recolheram o material das ruínas do Instituto e o venderam a Devair Alves Ferreira, dono de um ferro-velho, que ficou encantado, à noite, com sua luz azulada. Devair retirou fragmentos da peça e distribuiu a parentes e amigos - inclusive à esposa, Maria Gabriela, e ao irmão Ivo, pai de Leide. O encantamento pelo material que liberava um pó incandescente similar a purpurina, instigou a aproximação das pessoas, que não hesitaram em tocá-la, espalhando o resíduo pelo corpo e até mesmo ingerindo-o.
Enterro das primeiras vítimas do acidente nuclear Césio 137

O acidente é considerado o mais grave desastre nuclear do Ocidente.

Um remédio mortal
césio 137, isótopo pregado em medicina nuclear para controle de expansão de tumores, quando atinge uma pessoa acidentalmente, pode provocar o efeito contrário ao da terapêutica. Dependendo da quantidade de radiação liberada sobre uma pessoa, pode provocar de imediato hemorragias gástricas, paralisia do sistema nervoso central e morte. A longo prazo, pode causar câncer, catarata, leucemia e anemia aplástica. Para grávidas, além do risco do aborto, o elemento pode provocar a má formação nos fetos e inúmeras sequelas.

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