Brasília vivia uma tarde agitada na quinta-feira da semana passada, com a CPI do Cachoeira pegando fogo e o mundo político esperando novos capítulos do embate Lula-Gilmar Mendes. Mas na Câmara dos Deputados, apenas um assunto interessava: quem é o dono da calcinha?
A peça íntima em questão caiu do bolso do paletó de um deputado no plenário há 15 dias. As poucas testemunhas, que naturalmente não querem aparecer, não o identificam --apenas insinuam ser um integrante do chamado "baixo clero", deputados sem grande destaque.
O assunto foi tratado com sigilo digno de que uma votação secreta, mas acabou emergindo durante conversa entre seguranças, assessores, deputados e jornalistas.
Elas apenas relatam que ele havia chegado atrasado para a votação do projeto que tipifica crimes cibernéticos, que acabou aprovado.
O deputado, acompanhado de mais três colegas, mexeu no bolso para pegar o celular deixou cair no chão uma calcinha branca e vermelha, um modelo grande de algodão.
Entretido com o aparelho, o parlamentar não percebeu que a peça ficou no chão, no centro do plenário.
Um segurança que acompanhou a cena se aproximou, recolheu a calcinha e a escondeu atrás de uma lixeira.
Alertado, um assessor do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), recolheu a calcinha, a colocou em um envelope e indicou que levaria para o departamento de achados e perdidos. Em mais um daqueles mistérios do Parlamento, contudo, a seção nunca a recebeu.
"Eu não sei se foi um deputado quem perdeu. Deve ser sacanagem que fizeram com alguém", desconversou Maia. Informado de que se tratava de um "calçolão", reclamou: "Calçolão, não. Isso é um fiasco".
Vendo o colega Arnon Bezerra (PTB-CE), Maia perguntou se ele era o dono da polêmica calcinha. "Deve ser algum fã do Wando que circulou por aqui", disse o petebista, lembrando o já morto cantor que costumava receber calcinhas de suas plateias.
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