2 de outubro de 1969: As páginas do Jornal do Brasil ganham Carlos Drumonnd de Andrade
Há 42 anos, o Jornal do Brasil tinha a honra de receber em seu quadro de colaboradores Carlos Drummond de Andrade, o mais importante e respeitado poeta brasileiro de seu tempo. “Leilão do ar”, seu texto de estréia, sobre o leilão que liquidava a Panair do Brasil, foi o pontapé de 15 anos de poesias e crônicas, publicadas sempre às terças, quintas e sábados, na última página do Caderno B. Ao total, foram 780 semanas da história do país e do poeta refletidas com agudeza e lirismo em mais de dois mil e 300 textos, que abordaram fatos históricos e expressaram comentários críticos e humorísticos sobre questões literárias, econômicas, políticas e sociais do cotidiano brasileiro.
De acordo com suas próprias palavras, seu trabalho buscava “extrair de cada tema um traço que pudesse comover ou distrair o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam”.
Em 29 de agosto de 1984, após um período de “amadurecimento” para o Carlos Drummond de Andrade e para o Jornal do Brasil, o poeta “pendurou as chuteiras” e publicou seu último texto como colaborador periódico do jornal: “Ciao”, uma crônica de despedida, mas sem nenhum tom lamurioso, onde fez um balanço de sua carreira na imprensa brasileira e sobre a arte de “cronicar”. Entretanto, Drummond deixava claro no texto que se despedia da crônica periódica, mas não do gosto de manejar a palavra escrita, o que descrevia como sua “doença vital”. De fato, até sua morte, em 1987, o poeta ainda publicaria diversos cinco livros.
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