Bebedouro se ufana
Ronald Mendonça
Médico
Não conto as manhãs em que fui despertado pelo hino de exaltação ao milagroso Santo Antonio, padroeiro de Bebedouro. Dos seus versos, um particularmente ficou gravado: “Bebedouro se ufana por tê-lo como padroeiro”.
Lembrei-me desses versos ao preparar o prefácio que minha amiga Gisélia Campos me honrou em convocar-me. “A Vida Faz Sentido” é mais um livro de poesias que essa beletrista bebedourense oferece ao público.
Oriunda de Bebedouro, tenho ligações antigas com a autora. Colega de profissão do meu pai, do qual foi aluna, depois, já como médica famosa, participou de grupos pastorais com a minha mãe. A fundação do Lar da Menina foi o grande legado desse grupo.
Falo um pouco desse Bebedouro berço de Gisélia. Para sair da condição de arrebalde, como nos lembra Jair Pimentel, dois personagens foram fundamentais: o arrojado pioneiro Jacintho Nunes Leite e o Major Bonifácio Silveira, um festeiro compulsivo. Graças a eles tornar-se-ia uma espécie de xodó dos ricaços alagoanos. A morte de Silveira seria o estopim para o declínio.
Nesse mutirão de recordações relembro alguns antigos moradores. Dos pais, irmãos e avós. Dos vizinhos Pedro Fernandes, Olímpia, Bulú e a negra Rosália, a primeira louca que vi de perto. De seu Anísio e familiares (Dadá, Dena); de seu Cabral e d. Bilinha, meus padrinhos. Dos Barreiros, D. Lucila e as belas filhas Yara e Tereza, do intrépido Florisval.
É muita gente para um só artigo: os políticos Bruno Ferrari, Jorge Assunção e Zé Alves; o dentista Paulo Omena e suas lindas filhas; os aristocratas Brotherhood; seu Graça e sua prole imensa; os Pessoa; os Gudes, os Farias, os Luna, os Lins, os Calheiros; o verdureiro Zé Augusto; o açougueiro Joaquim, os Mota, incluindo aí meus amigos Marcelo, Marcos e Marisa; a turma do racha: o tio Mané Góis, Geoberto, Mauro Guedes, Zadir, Gilson, Kleber, Everaldo, Zequinha, Júnior, Péricles, Jonas, Biu Bala, os irmãos Gil e Béu, os irmãos Roberto, Petrúcio, e Ricardo. Seu Né Fragoso e sua indefectível charrete.
Entre os religiosos, o meu confessor Padre Iório, o pastor Plácido da Igreja Batista e sua filha Nancy. As freiras do Colégio Bom Conselho, vizinhas de parede; Dona Madalena professora de piano das minhas irmãs.
Não quero esquecer dos meus amigos Lula e Genésio Carnaúba, dos Evaristo – de seu João, do Joel, Jairo, João e Jaime. Dos points: Bar Ponto Final, Clube 29 de Junho, o banho do Né Fragoso...
Santo Antonio se ufana por ser o padroeiro dessa gente toda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário