26 de fevereiro de 1937 - Prestes depõe em julgamento por crime de deserção
O Conselho Especial de Justiça, da Auditoria do Departamento do Pessoal do Exército, presidido pelo Coronel Francisco de Paula Faria Junior, reuniu-se no quartel da Polícia Especial para ouvir Luis Carlos Prestes, acusado de crime de deserção.
Em suas primeiras palavras, Prestes declarou que, preso há mais de um ano, não sabia o motivo de seu julgamento. A resposta veio do auditor que recapitulou todos os antecedentes do processo, entre eles a acusação de planejar e deflagar a Revolta Vermelha, conduzida pelo Partido Comunista.
Prestes não vacilou em sua observação: "A minha situação não permite que me defenda como quero. Tenho que aguardar que se passe este estado de guerra criado com uma Justiça que desconheço".
Por fim, Prestes recebeu a promessa de que lhe seria assegurada toda a amplitude de defesa, decidindo também o Conselho designar -lhe um advogado. Mas o réu parecia prever seu destino: "Sou comunista. Isto é público e notório. Liderei o movimento da Aliança Nacional Libertadora. Um advogado que me defendesse estaria comprometido".
Em 7 de maio daquele ano, Luis Carlos Prestes foi condenado a 16 anos e 8 meses de prisão.
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