segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

UMA POESIA DE SANDRA SALGADO


PERTENCIMENTO

Já me doeu
um dia perdido em lágrimas
a tristeza cultivada

Já me doeu
ver fechadas as portas
esquecer-me em casa

Já me doeu
percorrer o caminho do adeus
ser companheira da solidão

Já me doeu
entender que estar encomendada a Deus
é aceitar a finitude de tudo

Fez-me sofrer aprender o desapego
se titubeio, sinto que mais me dói ser refém das pessoas, situações e coisas
e volto à vigília, como um aluno desatento, mas determinado.

O sabor do desapego é a liberdade,
a relevância, a certeza de que só pertenço a mim.
Toda passagem é solitária.

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