RONALD MENDONÇA *
Há quem diga que a morte precoce de Néstor Kirchner teria deixado dupla viuvez na presidente Cristina, sua esposa: civil, como marido, e política, como sustentáculo e orientador. Nesse aspecto, o ex-presidente Lula exercerá, em parte, papel idêntico ao do falecido colega argentino.
Sim, porque nem o mais profundo bajulador pode esquecer que a pessoa que hoje assume a presidência do Brasil é uma grande desconhecida do povo. Sua única garantia, além da Constituição (que seu padrinho negou-se a assinar) é o próprio Lula.
O fato é que a Argentina e Cristina Kirchner vivem situações delicadas. Há um presságio de dificuldades internacionais. Internamente, a despeito da maciça propaganda, a presidente, depressiva, saudosa e desamparada, tem que administrar um país violento e corrupto. A glória insiste em manter prudente distância dos soberbos portenhos.
A mitologia os cerca desde sempre. Assim como a tragédia. Historiadores e curiosos apontam Gardel, Guevara, Evita, o próprio Perón, dentre outros de menor calibre, os ídolos que ocupam o imaginário popular dos vizinhos.
Mãe dos “descamisados”, parece que o fantasma de Evita tem atravessado as gerações incólume. Mais que isso, há indícios de crescente influência, cuja memória é utilizada indistintamente por grupos que vão da direita mais exaltada à esquerda mais radical. É claro que o lado Evita que estimulava eliminação física ou moral dos testículos dos adversários nunca vem à tona.
Não é de hoje que a compaixão ronda a lenda viva Diego Maradona. Como tantos outros ídolos esportivos, emaranhou-se nas drogas pesadas, dissabor que se agrava pelo comportamento querelante e pelo irresistível pendor narcísico, exibicionista. Agora mesmo, troca farpa com colegas do selecionado argentino. Eles se engalfinham para saber quem cheira mais ou menos pó.
Mas a Argentina quer ser mais que seus ídolos, sua carne e seus trigais. Pedaço de chão privilegiado pela natureza, não é de hoje que atrai visitantes do mundo inteiro, principalmente brasileiros. Infelizmente, a rede turística está contaminada. Ir a Buenos Aires hoje é um salto no escuro. Com efeito, companhias turísticas irresponsáveis, que operam em Maceió, mantêm em seus quadros quadrilhas de guias e motoristas especializadas em sumiços de malas, transformando lazer num inesquecível pesadelo. Com tudo caro, em vez de show de tangos, os turistas acabam humilhados, perdendo horas em delegacias, prestando queixas a arrogantes policiais.
(*) É médico e escritor.
Sim, porque nem o mais profundo bajulador pode esquecer que a pessoa que hoje assume a presidência do Brasil é uma grande desconhecida do povo. Sua única garantia, além da Constituição (que seu padrinho negou-se a assinar) é o próprio Lula.
O fato é que a Argentina e Cristina Kirchner vivem situações delicadas. Há um presságio de dificuldades internacionais. Internamente, a despeito da maciça propaganda, a presidente, depressiva, saudosa e desamparada, tem que administrar um país violento e corrupto. A glória insiste em manter prudente distância dos soberbos portenhos.
A mitologia os cerca desde sempre. Assim como a tragédia. Historiadores e curiosos apontam Gardel, Guevara, Evita, o próprio Perón, dentre outros de menor calibre, os ídolos que ocupam o imaginário popular dos vizinhos.
Mãe dos “descamisados”, parece que o fantasma de Evita tem atravessado as gerações incólume. Mais que isso, há indícios de crescente influência, cuja memória é utilizada indistintamente por grupos que vão da direita mais exaltada à esquerda mais radical. É claro que o lado Evita que estimulava eliminação física ou moral dos testículos dos adversários nunca vem à tona.
Não é de hoje que a compaixão ronda a lenda viva Diego Maradona. Como tantos outros ídolos esportivos, emaranhou-se nas drogas pesadas, dissabor que se agrava pelo comportamento querelante e pelo irresistível pendor narcísico, exibicionista. Agora mesmo, troca farpa com colegas do selecionado argentino. Eles se engalfinham para saber quem cheira mais ou menos pó.
Mas a Argentina quer ser mais que seus ídolos, sua carne e seus trigais. Pedaço de chão privilegiado pela natureza, não é de hoje que atrai visitantes do mundo inteiro, principalmente brasileiros. Infelizmente, a rede turística está contaminada. Ir a Buenos Aires hoje é um salto no escuro. Com efeito, companhias turísticas irresponsáveis, que operam em Maceió, mantêm em seus quadros quadrilhas de guias e motoristas especializadas em sumiços de malas, transformando lazer num inesquecível pesadelo. Com tudo caro, em vez de show de tangos, os turistas acabam humilhados, perdendo horas em delegacias, prestando queixas a arrogantes policiais.
(*) É médico e escritor.
UM EXCELENTE ARTIGO DO DR RONALD QUE SIRVA DE AVISO PARA AQUELES QUE PRETENDEM IR ATÉ LÁ
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