29 de maio de 1969 - Cordobazo, o maio francês da Argentina
A onda de manifestações populares que eclodiram na França um ano antes, percorrendo por diversos países no mundo inteiro - principalmente na América Latina, chegava enfim à Argentina. Córdoba, então com 600 mil habitantes, foi sua porta de entrada.
Para evitar que o levante se dissiminasse em outras partes da Argentina e o Governo militar liderado por Juan Carlos Onganía, no poder de 1966, perdesse o controle da situação no violento combate contra a massa liderada por operários e estudantes, o Exército respondeu imediatamente às investidas nas primeiras agitações numa tentativa de deter a rebelião.
Programando uma greve de 24h, motivada pela repressão à classe estudantil e o arroxo salarial, trabalhadores de fábrica de diferentes setores abandonaram suas tarefas, da mesma forma que empregados dos transportes coletivos. Bancos e lojas decidiram por suspender as atividades, enquanto estudantes convocavam a população a ir as ruas, numa marcha rumo ao centro de Córdoba.
Ao final de 48h de uma verdadeira batalha campal contra estudantes e operários, as forças do regime militar assumiriam a situação, sem contudo evitar que a adesão de outras cidades ao movimento. O número de 48 mortos é até hoje contestado. A experiência histórica que seria registrada como Cordobazo era ainda um dos primeiros instantes da truculência que a ditadura militar dedicaria aos questionadores do regime argentino até o final da década de 70.
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