sexta-feira, 29 de novembro de 2019

OPINIÃO DO GENERAL FELÍCIO


INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, DEFESA, SOBERANIA E PROGRESSO
General Marco Felicio

O Brasil se debate e afunda, cada vez mais, preso no emaranhado de uma grave crise, causada principalmente por lideranças políticas e empresariais, criminosas. As mesmas que, ainda, por meio de seus remanescentes, estão ativas de forma absurda e livremente, aliadas a poderes aparelhados e à parcela de Imprensa venal, em dura e desafiadora oposição ao aparato legal.
Assim, em torno de negativos interesses comuns, tornam o Executivo e o Presidente paralisados e manietados. Verdadeiros reféns, diante da passividade, covardia e leniência dos que se dizem patriotas e homens de bem.
No cenário externo, temos a certeza da perda de Poder da Nação e de sua soberania frente a grandes e médias potências, que já projetam Poder, junto a nossas fronteiras e afrontam a nossa soberania, imiscuindo-se em assuntos internos, colocando interesses nacionais sob ameaças.
Recentemente, tivemos ameaças europeias, incluso qualificando a Amazônia como propriedade da Humanidade. Na Venezuela, junto às nossas fronteiras, forças da Rússia, da China, do Irã e da Coréia do Norte, prontas para a defesa dos interesses respectivos.
A Rússia já acertou a ocupação de grande base militar na Venezuela. O seu apoio à Bolívia foi renovado. A China, com presença em vários países, instalou, ao Sul da Argentina, grande base, verdadeira cidade, totalmente isolada, voltada para atividades militares e aeroespaciais.
Enquanto isso, continuamos presos a tratados e acordos proibitivos de desenvolver sistemas de armas nucleares e vetores respectivos, sem capacidade de defesa frente a forças nucleares, abrindo mão de nossa soberania. A agravar que não destinamos verbas para pesquisas de natureza cientifica tecnológica, tendo em vista a busca de tecnologias de ponta para a Defesa, tecnologias duais que poderiam incrementar valor aos nossos produtos industriais para exportação e voltados também para o bem estar da nossa população.
Uma solução seria destinar às pesquisas de tal natureza, em centros de pesquisas militares e civis, recursos advindos da venda de petróleo. Afinal, a defesa do Pré-Sal deverá ser feita pelas FFAA, que necessitam de efetivos e materiais destinados a tal defesa como também da Região Amazônica. Os benefícios advindos para a Nação seriam inumeráveis.
O principal acordo para limitação de armas nucleares foi encerrado recentemente. Esse tratado proibia, também à Rússia, armas nucleares de alcance intermediário entre 500 km e 5.500km. Encerrado por decisão única de Donald Trump, embora protestos europeus.
De imediato, inicia-se nova corrida armamentista entre os dois países e, também, com a China. A Rússia vem desenvolvendo, à propulsão nuclear, o Burevestnik, segundo Putin, super míssil hipersônico de alta velocidade (27 vezes a vel do som) e alcance "ilimitado".Testado com sucesso, o novo míssil balístico hipersônico Avangard, capaz de contornar, qualquer sistema de defesa antimíssil. Outro novo míssil de longo alcance, anti navios, chamado Zircon, hipersônico, podendo voar a até 8 vezes a velocidade do som, em desenvolvimento, bem como o drone subaquático, Poseidon, de longo alcance, lançado de submarinos.
Os Estados Unidos já desenvolvem poderoso míssil nuclear supersônico bem como a China.
O nosso atraso é ainda maior quando enfocamos a corrida armamentista pela IA (Inteligência Artificial), já aplicada ao meio militar, no emprego em viaturas, aeronaves e em sistemas de armamento autônomos e na aplicação em auxílio à logística e à administração de recursos, realizando estimativas diversificadas.
Há necessidade premente do estabelecimento de uma Estratégia Nacional de Inteligência Artificial, a semelhança da China e dos Estados Unidos, os dois principais atores nessa área, seguidos pela Rússia, focando o desenvolvimento de armamentos autônomos, de sua segurança e de suas implicações sociais e éticas.
Os recentes avanços tecnológicos na área de IA contribuíram para o surgimento de novos sistemas de armamentos autônomos gerando verdadeira corrida pela IA, com semelhança à corrida espacial da década de 60 entre os Estados Unidos e a ex-União soviética.
Há que levar em consideração extrema a capacidade da IA para influenciar o comportamento humano. A inteligência artificial irá trazer objetos inertes à vida, tal qual a eletricidade, há um século. Tudo o que se havia eletrizado agora será cognitivado.
Não existe uma definição plenamente aceita de IA. Entretanto, podemos citar: pensar como seres humanos, pensar racionalmente, agir como seres humanos ou agir racionalmente.
Uma definição simplificada: são sistemas artificiais inteligentes que devem funcionar, isto é, satisfazer os requisitos para os quais foram projetados.
Caso contrário, seriam classificados como sistemas não inteligentes, mas “ineptos”. A definição de uma “IA forte” se dá em um sistema com capacidades de resolver ampla gama de problemas tal qual, ou ainda melhor que um ser humano, generalizando o conhecimento adquirido. Já a “IA fraca” é capaz de resolver apenas um conjunto restrito de problemas, uma tarefa específica, como um jogo de xadrez ou dirigir um carro, não sendo capaz de generalizar o seu conhecimento para outras tarefas.
Até hoje, ainda, não foi desenvolvida nenhuma IA forte, sendo esse campo de pesquisa considerado o “Santo Graal” da computação.
As Estratégias Nacionais de Inteligência Artificial estabelecem os objetivos, as prioridades, os incentivos e os padrões que uma nação se comprometerá a desenvolver em prol de seu crescimento tecnológico em IA. Do ponto de vista estratégico, a inteligência artificial pode ser vista como uma tecnologia de propósitos gerais para melhorar a precisão, a velocidade e a escala de tomadas de decisão autônomas em ambientes variados.
Dessa forma, substituem ou melhoram a capacidade humana em tarefas de reconhecimento de padrões, de predições e de otimizações de objetivos,
Em termos militares, os EUA já desenvolveram duas estratégias assimétricas baseados respectivamente em armamentos nucleares e em armamentos de alta precisão e de invisibilidade a radares. Assim, a terceira estratégia americana se baseia no uso de novas doutrinas organizacionais e também no desenvolvimento de sistemas autônomos e de IA .
Ficaremos voltados para o atraso como País de segunda categoria?

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