Fernando Frazão - | ||
Ganho de 29,9 pontos percentuais é o maior desde janeiro de 2009 |
O chamado "spread" bancário, a diferença entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram para emprestá-lo, atingiu em maio 29,9 pontos percentuais nas linhas de crédito livre, que excluem financiamento de imóveis e rural.
É o maior patamar desde os 30,5 pontos percentuais de janeiro de 2009, quando o governo Lula comprou uma briga com os bancos brasileiros para reduzi-lo, sob o argumento de que eram os maiores do mundo.
Naquela época, os juros do governo (Selic) estavam em 12,75% —1 ponto percentual abaixo dos 13,75% atuais— e em processo de forte redução.
O mesmo discurso foi adotado no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, que buscou derrubar os juros do mercado aumentando a concorrência através dos bancos públicos com taxas mais vantajosas. Segundo Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Ratings, o esforço ficou para trás.
"Essa política deliberada de os bancos públicos crescerem suas carteiras de empréstimos com juros menores acabou. Os "spreads" dos bancos públicos aumentaram, e esse é um componente importante do mercado. Os bancos públicos conseguiram ganhar mercado, mas os "spread" voltou a subir", diz.
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