sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Policial militar de Mogi fica conhecido por salvamentos ao telefone; Cabo já salvou bebês, crianças e adultos de engasgamento no Alto Tietê. Policial ganhou condecoração do comando por atuação ao telefone.

O cabo da Polícia Militar Marcelo Bertho Vieira, de 44 anos, é um especialista em salvamentos pelo 190. Basta que o telefone toque no quartel com algum parente ou amigo pedindo ajuda para uma vítima de engasgamento para ele entrar em ação. Foi assim que o PM já conseguiu salvar seis bebês, uma criança e um adulto.
Não à toa, o policial do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), onde trabalha há quatro anos e meio, recebeu uma condecoração por seu trabalho. O policial ficou conhecido no quartel como especialista nas técnicas de salvamento neste tipo de ocorrência.
Maria Cecília tinha apenas uma semana de vida quando foi salva por engasgamento em Ferraz de Vasconcelos (Foto: Ednai Santos/ Arquivo Pessoal)Maria Cecília tinha apenas uma semana de vida
quando foi salva por engasgamento em Ferraz de
Vasconcelos (Foto: Ednai Santos/ Arquivo Pessoal)
De acordo com a Polícia Militar, ligações como estas são mais comuns do que se imagina. No fim de janeiro deste ano, a pequena María Cecília, que tinha apenas uma semana de vida, se engasgou com o leite. A mãe, desesperada, procurou atendimento no 190, foi atendida pelo cabo Bertho e conseguiu socorrer a bebê até a chegada da ambulância. (Ouça acima)
A ligação durou pouco mais de 14 minutos. “Eu estava desesperada, porque ela é muito novinha ainda e eu tentei ligar no Corpo de Bombeiros, mas estava dando ocupado.  Liguei no 190, o cabo me acalmou e me deu um passo a passo de como socorrê-la, ver se ela estava respirando. Foi o que salvou a minha filha, sou muito agradecida por isso”, disse Ednay Nunes dos Santos, de 25 anos. Ela mora com o marido e mais um filho no bairro Rosário, em Ferraz de Vasconcelos, onde são caseiros de uma escola. 
O cabo conta que lidar com o nervosismo de quem liga pedindo socorro e conseguir passar as orientações a tempo é a maior preocupação. “Ao ver os procedimentos, o salvamento acaba parecendo simples, mas vai muito também dos pais ou da pessoa que está ligando pedindo socorro. A pessoa que liga normalmente está desesperada e quer um resultado rápido. É preciso mantê-la no controle para que ela escute as instruções”, disse.
No caso de crianças, por exemplo, o nervosismo costuma ser maior. "Às vezes a criança não chora após o procedimento, e aí os pais acham que ela não está respirando, e ficam mais desesperados. Então há um trabalho para explicar que a criança pode não chorar e que há formas de ver se ela está respirando, como a técnica do espelho em frente ao narizinho, por exemplo", detalhou. 

Um adulto também já foi salvo pelo policial. "Uma parente ligou o 190 achando que ele tinha sofrido um infarto. "Mas era um senhor obeso, de certa idade. Ele estava desacordado. Ele havia, na verdade, engasgado com o vômito. Pedi a descrição do estado da vítima por telefone. Pedi para que o virassem de lado e ai ele desengasgou. Pela descrição da forma em que ele foi encontrado, imaginei que não estávamos tratando de um infarto, e sim de um engasgamento", detalhou. 

Treinamento
Segundo o chefe de Assuntos Civis do CPA/M-12, tenente Flávio Roberto da Silva, o policial militar passa por um processo rigoroso quando ingressa na corporação, e deve apresentar algumas características a fim de desempenhar bem a sua função. Entre elas estão resistência à fadiga, ansiedade diminuída e controle emocional em situações de estresse elevado. "Na fase de treinamento o policial é ensinado a não se envolver emocionalmente nas ocorrências, o que pode lhe dar condições de apresentar uma melhor solução para o caso, já que não está envolvido nos conflitos". 

 
Cabo Bertho foi reconhecido pela corporação pelos salvamentos por telefone no Alto Tietê (Foto: Divulgação/ Polícia Militar)Cabo Bertho foi 

Nenhum comentário:

Postar um comentário