sexta-feira, 13 de setembro de 2013

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

        
            


         

Sábado é dia de alegria, dia de cultura, de artistas, de beleza cênica das Alagoas. Sábado em torno de meio dia as televisões do Estado estão ligadas no fascinante programa elaborado com muito carinho e esmero pela TV Gazeta, a auto estima da população vai ao pico ao assistir o folclore alagoano, o mestre cantando, "Guerreiro cheguei agora nossa senhora é nossa defesa".  A moça bonita, repórter, entrevista um poeta, um escritor, cantor ou artesão, mostra o esplendor das maiores riquezas desse Estado, nossa cultura, nossas praias, nossas lagoas, a empolgante história da Terra dos Marechais.
          Nesses 10 anos de excelência técnica o programa "Terra e Mar" revolucionou o marasmo cultural, ressuscitou na população o amor aos nossos costumes, à nossa cultura, à nossa terra. Aos sábados, como bom e velho boêmio só inicio a via cruz pelos bares da cidade depois do "Terra e Mar", assisto um pastoril, "Boa noite meus senhores todos, boa noite senhoras também", ou reportagem sobre praias do litoral norte, Porto Calvo, terra de Calabar. Muitas vezes o programa nos delicia com a gastronomia alagoana, pratos de peixes, camarão, sururu, moqueca de siri mole; outras vezes com a história de nosso Estado.
                  O programa é aula de cultura e de comportamento ambiental. Terra e Mar mostra nossa diversidade biológica, incentiva a preservação dos manguezais garantia da sobrevivência e do sustento dos mais carentes. Alguns surpresos, conheceram através do programa o pantanal alagoano, a Várzea Marituba do Peixe, santuário ecológico entre os municípios de Feliz Deserto, Penedo e Piaçabuçu. Na diversidade de assuntos, o programa entrevista cantores que aproveitam a oportunidade cantando novas  e excelentes composições, nos divertindo.
            Alagoas é o Estado que mais tem grupo folclóricos no país, Dr. Théo Brandão catalogou 36 tipos de folclore, folguedos. Para nossa tristeza os jovens trocaram o pastoril, o caboclinho, o boi, o coco de roda, pelas músicas apresentadas na mídia, o funk, o rock ou outra dança alienígena. Os velhos brincantes estavam sem herdeiros, depois do programa Terra e Mar houve uma mudança comportamental, jovens voltaram a dançar, organizar coco de roda, boi, quadrilha, pastoril. O Grupo Pro - jovem de Marechal Deodoro dança um xaxado que nem Lampião e Maria Bonita xaxavam tão formosos. Em conversa com jovens artistas e brincantes, percebi, eles têm o Programa Terra e Mar como referência, como inspiração
            Nosso folclore não acabou devido à tenacidade dos velhos guerreiros brincantes, dos abnegados homens dedicados à cultura popular e de programas educativos como Terra e Mar, divulgando, ensinando o que há de mais bonito em nossa cultura, nossa maior riqueza.
      Alagoas não tem apenas as praias para se ver, tem um riquíssimo folclore, cultura com grande potencial econômico, falta a profissionalização dos artistas, são merecedores de melhor qualidade de vida, ganhando com o que sabem fazer, sem precisar "esmola" de governo. É preciso acabar com a marginalização econômica da cultura, o criador popular tem que ser bem remunerado. O Programa Terra e Mar vem contribuindo para essa mudança, revolucionando cabeças, mostrando a importância da profissionalização de nossos artistas.

        Todo ano a Academia Alagoana da Boemia organiza o prêmio Notáveis da Cultura Alagoana, Prêmio ESPIA, votação via internet, mais democrática, impossível.  Terra e Mar é vencedor do Prêmio há oito anos na categoria Programa de Televisão, ou seja, desde que foi instituído. Parabéns ao programa nesses 10 anos de vida, parabéns aos que idealizaram, aos que fazem o programa e às bonitas apresentadoras que nos mostram com muito orgulho, com muito amor a beleza da cultura alagoana. 

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