DOIS
DEPOIMENTOS E A 4ª FLIMAR
Como
disse o escritor Homero Fonseca, o significado de uma festa literária vai muito
além da mera “espetacularização” de que falam alguns críticos. Uma festa
literária aproxima as pessoas e exercita a arte do encontro. Mais que isso, é
um dos poucos instrumentos, além da própria leitura, que permitem fortalecer o
reconhecimento social do escritor. No Brasil, até bem pouco tempo, os
escritores eram para muitas pessoas seres distantes, inatingíveis, espécie de
monges abnegados que em suas casas lutavam com os rascunhos. Ver Ignácio de
Loyola Brandão rodeado de crianças na saída do auditório é cena que não se
apaga da memória (e para algumas crianças de Marechal Deodoro essa foi a
primeira vez que travaram contato com um escritor).
A coisa é mesmo espetacular e não há nenhum
problema nisso, desde que o espetáculo não seja um fim em si mesmo. A festa
alagoana tem como objetivo democratizar o acesso à leitura literária (e não
apenas ao letramento). Saio da FLIMAR mais uma vez encantado e sobretudo
entusiasmado, no sentido grego da palavra: carregando deus dentro de si. Uma
vasta programação na escola técnica federal com palestras e oficinas, bem como
nas escolas públicas e nas praças. Concertos nas igrejas, exposições,
apresentações de grupos folclóricos, contação de histórias, concurso de
redação. Cabe destacar também as tradicionais bandas filarmônicas da cidade e a
expressiva presença de cordelistas. Mais de quarenta escritores deu maior
envergadura a essa segunda edição da FLIMAR, que em meio ao casario colonial e
a um cenário paradisíaco estende também seus braços a escritores de outros
países (Argentina, Bolívia, Moçambique). "Ovídio Poli Junior (Paraty - RJ)"
A “IIIª FLIMAR”
"Nesse final de semana, realizou-se a 3ª FLIMAR. Veio gente do pais inteiro, do
Rio Grande do Sul ao Amapá, e da America Latina: jornalistas,
escritores, conferencistas, poetas, cantores, grupos de teatro,
folclore. Durante cinco dias, diante de suas magníficas igrejas barrocas e
sobrados patinados, e sobre as praças de pedras seculares, a cidade tornou-se
um anfiteatro da cultura a céu aberto.
Este
ano, a IIIª FLIMAR homenageou consagrados intelectuais: o antropólogo e
folclorista alagoano Theo Brandão (Theotônio Vilela Brandão), que fez parte da
celebrada geração de Graciliano Ramos, Raul Lima, José Lins do Rego, Rachel de
Queiroz e seu marido José Auto, Aurélio Buarque, Diegues Junior,
tantos outros; homenageou também o alagoano acadêmico Ledo Ivo, maior poeta
vivo do pais, e o consagrado romancista baiano-carioca Antonio Torres. Todos os
dias, de manhã, de tarde e à noite, intelectuais fizeram conferencias. Ricardo
Cravo Albin, com sua sabedoria e bagagem histórica,celebrou os 100 anos de Luiz
Gonzaga. O romancista
Antonio Torres, o jornalista e escritor Luiz Gutemberg e Janaina Amado debateram
o significado litero-cultural do centenário do saudoso Jorge Amado. A escritora
e critica literária baiana Miriam Salles analisou a nova literatura nordestina
e amazônica.
Durante três horas, a carioca Beatriz Rabello
apresentou para dezenas de bibliófilos uma oficina de
restauração de livros antigos.
E
eu mostrei minha experiência de meio século de jornalista que também publica
livros, como contei em meu ultimo livro “A NUVEM – O Que Ficou do Que
Passou". "Sebastião Nery - jornalista"
NESTA
SEMANA, ENTRE 25 E 28 DE SETEMBRO, ACONTECERÁ A 4ª FESTA LITERÁRIA DE MARECHAL
DEODORO COM MUITAS ATRAÇÕES. SERÃO HOMENGEADOS OS ESCRITORES GRACILIANO RAMOS E
CACÁ DIÉGUES, PALESTRAS E MESAS DE DEBATES COM AUDÁLIO DANTAS, RICARDO RAMOS
FILHO, PALOMA AMADO, LUIZ GUTEMBERG, MINISTRO ALDO REBELO, ENTRE OUTROS.
MAIORES INFORMAÇÕES DA PROGRAMAÇÃO NO BLOG-SITE: www.4flimar.blogspot.com
ALÉM DOS
ÔNIBUS E VANS DE CARREIRA SAÍNDO DA PRAÇA AFRÂNIO JORGE NO PRADO, HAVERÁ ÔNIBUS
ESPECIAL DIARIAMENTE SAINDO DA PRAÇA SINIMBU ÀS 8:30 DA MANHÃ.
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