sexta-feira, 21 de junho de 2013

UM TEXTO DE ALBERTO ROSTAND

MORENO BRANDÃO – IMORTALIDADE E TURISMO
Alberto Rostand Lanverly
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Maceioense de Letras

                Muito se fala, que Maceió é um poema embelezando o Atlântico. Contudo, o maior tesouro para ser venerado, repousa nas mentes brilhantes de seus filhos e filhas que, através dos tempos, souberam, como ninguém, descrever acontecimentos, passagens e paisagens,  bem sintetizando a grande riqueza, não somente da Capital, como de toda a Terra dos Marechais.
            Vários são os alagoanos que, não somente escreveram, mas fizeram história. Dentre eles, destaque para um sertanejo, nascido nos idos de 1875, conhecido por Moreno Brandão, professor, escritor e autor de mais de 60 livros, fundador da Academia Alagoana de Letras e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, que, recentemente, foi descrito por um seu conterrâneo, também ilustre literato como: “um homem que se fixou com maior intensidade entre o jornalismo e a história, colocando-se como o maior de seu tempo, com o nome aplaudido extra fronteiras alagoanas, por sua erudição e produtividade”.
            Dias atrás, chegou-me às mãos um de seus trabalhos, cujo titulo é: “Vade-Mecuum do turista em Alagoas”, publicado em 1937 e reeditado, em sua forma original, pela Imprensa Oficial de Alagoas, em 2013. Leitura fácil e apaixonante, onde cada capítulo é degustado rapidamente, deliciando o leitor com informações de uma época, mas que poderiam ser, ainda, atuais: “Maceió, situada perto do mar, nas proximidades da Ponta Verde. Cidade com ruas largas, praças espaçosas, casas muito bem construídas e de elegante aspecto. Mantém florescente comércio com o exterior e com as demais regiões do Brasil, através do porto de Jaraguá”.
            Em sua pesquisa minuciosa sobre o Estado onde nasceu, Moreno Brandão descreve as belezas de cada um dos 36 municípios que, na terceira década do século XX, formavam sua terra. Ele demonstra toda sua sapiência quando afirma: “Sobre Alagoas, arqueia-se o mais belo dos céus, onde, no meio de uma policromia encantadora, surgem configurações esplendidas de nuvens”.
                O mais impressionante é constatar-se o quanto o Escritor consegue, em seu texto, mixar a complexidade da geografia, com o encanto da poesia, externando, de forma atemporal, belezas inerentes às várias regiões, de forma tão real, que, mesmo, agora, ninguém pode duvidar de seus relatos: “O litoral do Estado apresenta quadros incomparavelmente empolgantes. Se contemplado, devidamente, o mapa de Alagoas, parece vislumbrar-se certo número de fiordes se abrindo entre São Miguel dos Campos  e Coruripe”.
            Há quase um século, o potencial turístico deste Estado de belezas ímpares, já era decantado e se apresentava como uma pérola a ser desbravada por seus visitantes. Moreno Brandão, em seu trabalho, foi de extrema felicidade ao enumerar as qualidades de seus recantos, e, decisivamente sensível, quando ao definir o alagoano, parece ter buscado em si próprio os subsídios para tão apropriadas palavras, que, acima de tudo, nele próprio bem caberiam: “energia de combatente, a indomabilidade de sua coragem, a solidez de sua competência e a fertilidade de sua imaginação”. 

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