quarta-feira, 12 de junho de 2013

UM TEXTO DE ALBERTO ROSTAND

AMOR, ETERNO AMOR...
ALBERTO ROSTAND LANVERLY
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Maceioense de Letras.
            
Antigamente, o namoro expressava o ato de cortejar a pessoa desejada sem implicar em qualquer tipo de intimidade. Nessa época, quando o calcanhar das moças eram deixados à mostra, impressionante frisson tomava conta do ambiente. Tempos depois, tal relacionamento passou a ser a concretização de um vínculo afetivo de duas pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas e partilharem experiências, tornando-se comprometidas, socialmente, sem, contudo, estabelecer compromisso matrimonial perante as leis civil ou religiosa.
            Atualmente, com o avanço da tecnologia, paradigmas foram quebrados e, em algumas oportunidades, os conceitos de outrora ganharam contextos modernos, a ponto de casais poderem namorar, não somente queimando etapas, mas sem seguir critérios convencionais.
            Independente do enfoque que se ofereça ao relacionamento, o fundamental é os protagonistas do romance, com o decorrer dos anos, conseguirem, não somente perenizar o encantamento mútuo, mas, sobretudo, solidificá-lo cada vez mais, sem nunca perder a jovialidade da época de enamorados, mantendo viva a chama que os leva a entenderem ser o crescer, sorrir, chorar, querer, acreditar, o fortalecimento da vida a dois.
            Hoje, já se vão quatro décadas que convivo com minha única e eterna namorada. Em nosso caso especifico, o sentimento que começou dinâmico como a própria vida das pessoas, hoje se transformou em um amor estável e maduro, que já singrou oceanos, mares, rios e lagoas, próximos e distantes, percorreu caminhos, estradas e ferrovias, dobrou esquinas e encruzilhadas, cortou planícies e subiu montanhas, desceu ribanceiras, frequentou o nascer e o por do sol, já errou e muito mais acertou, já caiu e levantou, sem nunca querer ser o ontem, a morte, a guerra, ou a decepção, porque sempre representou o amanhã, a vida, a paz, o carinho e, o que é mais importante, nunca se arrependeu.
            São quarenta anos de uma parceria saudável, sempre estruturada em diálogos ensejadores da força de um relacionamento que, em qualquer oportunidade, identifica a diferença entre objetos e pessoas. O primeiro é frio, enquanto o racional é misterioso e necessita ser compreendido, vez que sua realidade interior é muito mais rica que simples aparências, pois estas mudam com o decorrer dos anos.
            É dia dos namorados e, tanto tempo depois, eu não somente começaria tudo novamente com minha escolhida, como, ainda, se pudesse, ofereceria o arbítrio a Deus, para me fazer, seu filho, seu neto e, quem sabe, até seu genro, porque, como companheira, ela é insuperável; como mãe, dedicada e amável; como avó, genitora duas vezes e, até como “sogra”, a amiga que muitos gostariam de ter e nunca tiveram.

            Por todos estes atributos, vejo-me um eterno apaixonado, sendo um vocacionado discípulo do texto que diz assim: “amar nunca é demais, feliz daquele que tem um enorme coração, capaz de amar, amar, amar e, acima de tudo, saber ser amado”. Sou feliz.  Amo e respeito minha namorada. O mundo seria tão melhor se todos conseguissem tal fortuna.

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