quarta-feira, 1 de maio de 2013

UM TEXTO DE RENATO MAURÍCIO PRADO


Ministro “caxirola” 

Não podia ser mais desastrada a estreia da tal caxirola, maldito chocalho que Carlinhos Brown inventou e o Ministro Aldo Rebello resolveu apadrinhar, pra fazer, na Copa do Brasil, as vezes das insuportáveis vuvuzelas do Mundial da África do Sul.

Uma imitação patética. A indigesta corneta africana, pelo menos, tinha um sentido cultural, pois é hábito antigo naquele país soprá-la nos estádios. Bizarro e desagradável, mas tradicional. Nos nossos campos, entretanto, o único som que embala os jogos são os cantos das torcidas — criativos, entusiasmados e empolgantes. Pra que criar, então, um instrumento barulhento e tornar nossas partidas de futebol sonoramente irritantes? Há muita gente lucrando com isso. E não é o povo brasileiro...

No evento teste realizado no domingo passado, em Salvador, 50 mil caxirolas foram distribuídas gratuitamente aos torcedores de Bahia e Vitória, na Fonte Nova. Quem pagou? Boa pergunta...

Possíveis negociatas à parte, fato é que os tais chocalhos não somente provocaram um barulho infernal e insuportável, como se tornaram objetos descartáveis, passíveis, portanto, de serem lançados no gramado (como foram) por torcedores irritados.

Genial, não? Além de maltratarem os ouvidos alheios, os guizos de plástico ainda viram projéteis para arremesso no campo. Ainda bem que a Fifa já proibiu qualquer instrumento de som no Mundial de 2014. Tomara que a fiscalização seja rigorosa. 

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