HONROSA EXCEÇÃO
Guilherme Palmeira como Prefeito de Maceió teve uma
atuação extraordinária, recebeu a Prefeitura com salário do funcionário público
atrasado 9 meses, conseguiu colocar em dia, Convocou um secretariado com técnicos
competentes, transformou Maceió em um canteiro de obras, fez uma revolução na
maneira de administrar o bem público com austeridade. Pena ter durado pouco,
Alagoas precisou de seus serviços como Senador da República. Com muito orgulho
fui Secretário de Desenvolvimento Urbano e pela determinação e pulso forte de
Guilherme, tentamos consertar a ocupação urbana calamitosa. Certa vez saí à
frente da equipe da SMDU às 6:00 horas da manhã, derrubamos 12 outdoors
colocados indevidamente na ladeira da antiga rodoviária, eu sabia que às 8:00
horas chegaria uma liminar proibindo a derrubada dos outdoors. Deu-se a
confusão, o juiz mandou me prender, tive que me esconder. Guilherme num belo
gesto assumiu a responsabilidade. Certo dia a Gazeta de Alagoas publicou um
editorial que me envaideceu, lendo hoje, vemos que pouca coisa mudou nesses 22
anos.
Honrosa Exceção
Edital de primeira página da Gazeta de Alagoas
publicado em 17/Fev/1990
A
Prefeitura de Maceió, por iniciativa do secretário Carlito Lima, suspendeu por
48 horas o funcionamento de uma barraca na Jatiúca que insiste em violar as
determinações de limitar o volume do som, atentando assim contra a
tranqüilidade de milhares de pessoas.
A
providência do secretário Lima começa a redimir as autoridades municipais da
atitude contemplativa, quando não cúmplice, com relação à depredação da cidade,
em praias e praças, por uma minoria que se apossou de áreas públicas e delas
dispõe como julga mais conveniente, mesmo as custa de enorme prejuízo para a
coletividade.
A barraca
que foi suspensa, por longo tempo, perturbou a vida de incontáveis pessoas que
moram nas proximidades da chamada curva do Alagoinhas, quando estava instalada
num terreno particular.
Vender
terrenos particulares ou alugá-los a terceiros a bom dinheiro e se apossar de
áreas em praças e praias de Maceió, passou a ser, aliás, atividade de rotina em
Maceió, mais do que em qualquer outra cidade brasileira.
A mudança
de titular da pasta da Marinha faz renascer as esperanças inclusive de que seja
cancelada a permissão concedida há priscas eras, que interrompeu a praia e
alterou o comportamento das correntes marinhas, comprometendo de maneira grave
a estética do litoral e o direito de ir e vir das pessoas – “Clube”
Alagoinhas...
A atitude
do secretário Carlito Lima que, repita-se, começa a limpar a imagem da
administração municipal não que diz respeito ao tratamento dos que ocupam
indevida e indebitamente áreas públicas, é apenas o começo de uma longa jornada
que conta com o apoio de todos os maceioenses que querem ver a cidade limpa e
livre da poluição que espalha lixo, desordem e outros inconvenientes ao seu
redor.
Muito mais
resta ainda por fazer.
O chamado
terminal turístico, herança maldita de uma época em que as áreas públicas em
Maceió foram rateadas, a vendidas e alugada à torto e à direito, é hoje um
pardieiro sujo, cercado por uma favela também erroneamente denominada de
feirinha.
Ao invés de
feirinha, o que prolifera, numa área outrora nobre da cidade, é um amontoado de
quartos de madeira; que servem de estacionamento a irregulares.
Ao longo de todo litoral maceioense, espalham-se
cadeiras velhas, bujões de gás, cacos de vidros e incontáveis outros detritos.
Não é
exagero dizer que metade da estrutura da municipalidade destinada à coleta do
lixo é voltada para as mais de 60 barracas que fora entregues a afilhados de
políticos ou a concessionários de revenda de bebidas alcoólicas.
Desmontar toda essa estrutura perniciosa será uma
tarefa dificílima, que só ocorrerá quando existir em Maceió uma verdadeira
opinião pública.
Enquanto puderem, os políticos que trocam votos por
pedaços de áreas que deveriam ser para o lazer da população, continuarão com
seus expedientes irregulares.
O secretário Carlito Lima, por enquanto, é uma
exceção.
Honrosa exceção.
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