quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA - Carlito Lima



                      PARA CURTIR 2012

PRAIA DE PORTO DE PEDRAS – FOTO ROBERTO FARIAS

              A vida se inicia com uma corrida, o espermatozóide mais veloz fecunda o óvulo que fica à espera desse mais esperto. O prêmio da junção é o feto desenvolvido dentro da mulher, nove meses depois expelido em forma de bebê, o primeiro ciclo do ser humano. A seguir vêm os outros ciclos contínuos: a infância, a adolescência, a juventude, a maturidade, a meia idade, a senilidade e finalmente a morte. Se enterrado nosso corpo se mistura fertilizando a terra que gera alimentos necessários aos órgãos humanos produzirem novos espermas competindo loucamente contra milhões de colegas ejaculados para fecundar apenas um óvulo, repetindo o ciclo da vida humana.
                   O ano novo faz lembrar esses ciclos de vida, acaba um ano, ressurge outro, feito àquela ave da mitologia, Fênix, morria, ressuscitava das cinzas. Na vida real nós morremos várias vezes e ressuscitamos em outro ciclo, em nova fase da vida. Esses ciclos dão a sabedoria ao homem, mostram, ninguém é imortal, a morte faz parte do ser humano tanto quanto o nascimento comemorado todos os anos nos festivos aniversários. O ano novo nos trás o sentimento de renovação de vida. Entretanto, muitos não percebem o presente maravilhoso, a experiência extraordinária que é simplesmente viver. Por preconceito, ignorância ou medo, muitos homens terminam seu último ciclo sem viver de fato o que a vida apresenta de bonito e simples.
                  Como dizia o poetinha Vinicius de Moraes: Feito essa gente que anda por aí brincando com a vida. Cuidado, companheiro! A vida é pra valer. E não se engane não, tem uma só. Duas mesmo que é bom ninguém me vai dizer que tem sem provar muito bem provado. Com certidão passada em cartório do céu. E assinado embaixo: Deus. E com firma reconhecida! A vida não é brincadeira, amigo. A vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida...”
                 Na verdade a vida é curta e temos que desfrutá-la pedacinho por pedacinho. Curtir as coisas boas, as mais simples, encontram-se com facilidade, elas estão no coração de cada um. Por tudo isso ofereço a meus leitores, que me dão tanto carinho nos encontros, nas ruas, nos bares, nos lares, nos mares, o texto de um amigo, Sérgio Braga Neto que me presenteou no final de 1997, eu o guardei no arquivo sentimental. As sábias sugestões de Sérgio são para refletir, ajudar a curtir o ano novo e o verão que se aproximam.
               “Não tome muito sol, cuide já desta barriga crescente, não esquente a cabeça, não brigue, não corra, não morra, não ande armado, ande mais pelado, ligue o ar, o ventilador, transpire, mas se inspire também, leia mais, desligue a TV, encoste o carro, mexa-se, caminhe na praia, ande de bicicleta, mergulhe de cabeça, manere no trânsito, aumente o rádio, olhe a paisagem, seja paciente, não fique doente, veja a morena passar, deixe o tempo passar, deixe o juro baixar, deixe o ano findar, esqueça o relatório, cuide do ócio, não só do negócio, vá à matinê, faça a sua soirée, não se retraia, se distraia, curta o verde do mar, veja a nudez se bronzear, sirva à turista, defina a sua musa, esqueça a bolsa, abra a sua, circule a moeda, tome mais chope, troque de carro, troque de paqueras, descubra novos bares, bote seu cotovelo no balcão, bote sal na sua temporada de sol, tome gelados, sucos de pitanga, mangaba e açaí, que já tem por aqui, coma aquela carapeba, tainha e curimã, mas preste atenção tome cuidado com os bichos que estão no ar, urubu, gavião e carcará, e os que rastejam na política, no chão, cobra, gabiru e camaleão, se exponha, não ponha a mão no rabo do foguete brasileiro, tome juízo, se privatize, pule desse trem desgovernado, tenha atitudes e estilo, cresça e principalmente não desapareça.
           Mesmo porque, é a festa do verão que se inicia com a chegada da era de aquárius, trazendo grandes mudanças e emoções, nós estamos preparados e merecemos estar aqui! É a festa do verão, com muito sol, água de coco, um grande agito e um calor muito louco, para nos confundir.”
            Em 2012 façamos força para amar a vida simplesmente. É preciso trabalhar para viver, não, viver para trabalhar! Que bom seria se pobres e ricos tivessem direito à Justiça, Liberdade, Educação, e os corações de todos os homens estivessem permanentemente encharcados de generosidade!

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