30 de maio de 1961 - O assassinato do Ditador Leônidas Trujillo
“Saberão que renunciei quando ouvirem dizer que eu morri”, afirmou Leônidas Trujillo em 1960 a um jornalista. Pouco mais de um ano depois da declaração, a profecia tornava-se realidade na ilha caribenha que a República Dominicana divide com o Haiti.
Na noite do dia 30 de maio, o ditador Leônidas Trujillo, com 70 anos, tombou assassinado. O fato, cujos primeiros sintomas de veracidade surgiram de uma declaração do presidente norte-americano, John Kennedy, na manhã do dia seguinte, só foi confirmado na noite do dia 31 pelo governo claudicante do país.
“Caiu vilmente assassinado o líder dos dominicanos, Generalíssimo Trujillo, benfeitor da Pátria Nova, a quem deve o país a maior era de progresso de sua história”, dizia a nota oficial. O ditador foi alvejado dentro de seu carro, enquanto seguia para a capital, Ciudad Trujillo.
Durante trinta e um anos Trujillo corrompeu e cobriu de sangue a primeira terra das Américas tocada por Cristóvão Colombo. Mais de vinte mil pessoas foram vítimas da ditadura de Trujillo, que se proclamou Pai da Pátria Nova, Benfeitor da Pátria e que também tentou exigir do clero que o concedesse o título de Benfeitor da Igreja.
Em 1960, Trujillo envolveu-se em um atentado contra a vida do presidente venezuelano, Rómulo Betancourt, fazendo com que a comunidade internacional se voltasse contra ele. A oposição contra as três décadas de ditadura, após o episódio, também aumentou. Boicotada política e economicamente, e isolada do continente pelo Atlântico e pelo Mas das Caraíbas, a ilha de Trujillo voltou a se afogar no sangue da ditadura sem escrúpulos do líder desgastado, que logo chegaria ao fim.
Com a morte de Trujillo, a República Dominicana viveu durante alguns anos rodando nas mãos de diversos governantes, até cair no poder de Joaquín Balaguer. Em 1966, com apoio dos Estados Unidos, Balaguer assumiu o controle do país, iniciando um governo semi-ditatorial, que só terminaria após 12 anos.
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