As trabalhadoras da profissão mais antiga do mundo estão prestes a aprender uma lição sobre a nova era de austeridade europeia. O governo holandês notificou as prostitutas que exibem o serviço nas janelas do distrito da luz vermelha de Amsterdã de que podem esperar uma visita do fisco.
A prostituição floresce em Amsterdã desde 1600, quando a Holanda era uma grande potência naval e os marinheiros frequentavam os portos em busca de lazer. O país legalizou a prática na última década, mas autoridades só agora estão preocupadas em taxá-la.
“Começamos com lugares maiores, bordéis, e agora estamos abordando as janelas e as moças”, afirmou Janneke Verheggen, porta-voz da serviço fiscal nacional.
A iniciativa acontece sem muita oposição, mesmo entre as prostitutas, embora alguns sejam céticos quanto à questão da obrigatoriedade. E isso marca inclusive uma mudança com relação às atitudes permissivas que já prevaleceram na Holanda.
“É uma coisa boa que eles façam isso”, afirmou Samantha, uma holandesa loira, em vestida com roupa branca de couro, que oferece seus serviços entre uma das centenas de cortinas no coração do centro antigo da cidade. “É um emprego como qualquer outro e deveríamos pagar impostos”.
Ela diz que tem pago a sua parcela por anos e sente que compete em desigualdade com as mulheres que não pagam, a maior parte delas imigrantes do leste europeu.
Prostitutas holandesas mostram fotos
de seu lugar de seu trabalho
Embora a Holanda tenha passado pela crise financeira de 2008 melhor do que muitos países, o governo observou um déficit de 6% em 2010 e está cortando gastos e aumentando os impostos na esperança de equilibrar o orçamento até 2015.
As prostitutas foram informadas de que seriam auditadas de modo tipicamente burocrático, de acordo com uma nota divulgada na última sema no principal jornal local.
“Agentes do fisco vão abordar com você vários elementos da administração do negócio, tais como preços, funcionários, agendas e calendários”, afirmava a nota. “Estes dados serão usados mais tarde para revisar sua renda”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário