domingo, 16 de janeiro de 2011

DIA 16 DE JANEIRO NA HISTÓRIA - JB

16 de janeiro de 1969 - O ato de renúncia de Jan Palach

Jan Palach - Jornal do Brasil, Sexta-feira, 17 de janeiro de 2011
"Enganam-se os que pensam que nos poderão demover. Não agimos apenas com emoção. Raciocinamos melhor que os velhos, aos quais nossa debilidade nacional serve de desculpa para o conformismo. É exatamente em nossa debilidade
que devemos encontrar a força da resistência. Não somos Niilistas. Estamos em uma guerra e numa guerra se morre.

Não podemos, ainda que os chefes militares quisessem, entrar em luta frontal contra os que nos ocupam. Temos que atingir sua consciência e só a atingiremos com gestos de renúncia como o de Palach"
. Companheiro de Palach


Jan Palach. Reprodução

O estudante de Filosofia checo Jan Palach, 21 anos, ateou fogo ao próprio corpo em plena Praça Venceslau, no Centro de Praga em nome de um socialismo mais humano. Enquanto isso, dirigentes estudantis, jornalistas e representantes de sindicatos realizavam uma concentração na capital checa e lançavam um manifesto, responsabilizando as autoridades pela ocupação do país por tropas soviéticas e exigindo o fim da censura.


Socorrido a tempo, com 85% do corpo queimado, o rapaz foi levado a um hospital especializado em queimaduras e manteve-se lúcido durante os quatro dias de sobrevida. Firme no propósito de protestar contra a situação política instaurada no país, pediu aos médicos que não lhe dessem morfina:"Queria protestar com minha morte. Agora, enquanto viver, protesto com minha dor".

Por um socialismo mais humano

A atitude de Palach comoveu a opinião pública e gerou no país um clima de tensão política extremo, como o dos dias que se seguiram à invasão das tropas do Pacto de Varsóvia um ano antes. Até o dia da sua morte, outros 6 jovens tentaram repetir seu gesto pelos mesmo ideais.

Este episódio foi mais um drama político pelo processo de democratização: de um lado a força e a pressão do poder; de outro, a astúcia intelectual, a habilidade e a flexibilidade. O país manteve-se fechado pelos vinte anos seguintes, até o colapso soviético em 1989.

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