segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

17 de janeiro na história - Morre a pintora Tarsila do Amaral - JB

17 de janeiro de 1973 - Tarsila do Amaral, a musa ausente

AUTO-RETRATO

"Nos últimos anos, Tarsila já não andava e suas mãos tinham pouca agilidade com os pincéis. Mesmo assim, guardava como uma secreta relíquia a recordação de que fora uma mulher bonita, "musa ausente" da Semana de Arte Moderna de 1922 e inspiradora, com seu quadro Abaporu, do movimento antropofágico.

De sua vida, que ontem terminou num quarto de hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo - Tarsila fez uma grande festa, cujos convidados de honra foram sempre artistas plásticos, literatos e músicos. Pelos grandes salões por onde circulou (seja na companhia de inquietos artistas de Paris ou jovens rebeldes da ainda provinciana São Paulo), Tarsila deixou a marca de seu tempo. Um tempo menos urgente e agressivo". Jornal do Brasil

Segundo o poeta Paulo Bonfim, a morte de Tarsila não era sua partida, mas sua chegada ao futuro. E para quem acompanhou a sua trajetória ou teve a oportunidade de conhecer mais sobre ela, entendeu a definição.

Abaporu, marco do movimento antropofágico

Abaporu (o homem que comeu carne humana), quadro presenteado a Osvald de Andrade, serviu de base para todo o movimento antropofágico, eclodido em 1928. Um monstro solitário, de pés enormes, "sentado na verde planície, o braço dobrado sobre o joelho, a mão sustentando o peso da minúscula cabeça", tendo à frente um cacto explodindo numa flor absurda. Esse é o Abaporu, uma forte imagem para um movimento destruidor.

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