Enrolado na Bandeira do Brasil após o fim da grande decisão do Mundial Sub-20, Oscar enxugava, com alegria e emoção, as lágrimas de herói. O camisa 11, que não havia feito um gol sequer no torneio até a final deste sábado, pode dizer que guardou tudo para quando mais se precisou dele. Em uma decisão suada - foi até a prorrogação -, chamou a responsabilidade e decidiu o título com três gols. Isso mesmo: três gols! Com a façanha do jogador do Inter, o Brasil derrotou Portugal, por 3 a 2, na "dança do vira", e se sagrou pentacampeão da categoria, no abarrotado Estádio El Campín, na Colômbia - o público de 36.048 torcedores foi recorde na história da competição. O titulo brasileiro, que se junta aos de 1983, 1985, 1993, e 2003, teve um gosto de vingança da amarga derrota por pênaltis para os portugueses na decisão em 1991.
O terceiro gol do meia colorado, o mais sensacional, saiu aos 6 minutos do segundo tempo do tempo extra, em um aparente cruzamento - ou não - que morreu no fundo das redes do goleiro Mika, então não vazado até a decisão. Para os portugueses, marcaram Alex e Nelson Oliveira. O brasileiro Henrique, atacante do São Paulo, que ainda desperdiçou grande oportunidade a minutos do fim, terminou a competição entre os artilheiros, com cinco gols, empatado com o francês Lacazette e o espanhol Alvaro Vázquez. Mas levou a chuteira de ouro no critério de desempate de assistências - três - e, de quebra, o troféu de melhor jogador da competição.
A decisão foi acompanhada de perto por ilustres do planeta bola. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o técnico da Seleção principal, Mano Menezes, desembarcaram em Bogotá na tarde deste sábado e se juntaram ao mandatário da Fifa, Joseph Blatter, e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Dois gols em nove minutos e um não marcado
O goleiro Mika precisava apenas de mais 19 minutos sem sofrer gol para estabelecer um novo recorde em Mundiais Sub-20. Só faltou combinar com Oscar. Logo aos cinco minutos, o camisa 11 cobrou falta venenosa da intermediária, a bola desviou levemente na cabeça de Sergio Oliveira e entrou no canto direito, acabando com um jejum de 619 minutos e vazando Portugal pela primeira vez na competição. A marca, portanto, continuou com o próprio Brasil entre as edições de 1985 e 1987: 634 minutos.
A alegria durou pouco. Dessa vez, quatro minutos foram necessários para os portugueses igualarem o placar. Aos 9, Nelson Oliveira escapou pela direita e cruzou rasteiro para o meio da área. Alex se antecipou a Danilo e completou. A resposta veio de forma imediata. Após cruzamento, Nuno Reis cortou de cabeça, a bola quicou na frente de Willian e tocou na trave. Mika ainda se esticou para salvar a bola que chegou a ultrapassar a linha, com gol não assinalado pela arbitragem, evitando o que seria o segundo.
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