domingo, 4 de fevereiro de 2024
BANHO DE MAR À FANTASIA
Em Maceió, os carnavais de outrora eram a suprema
alegria, alto astral fazia bem ao espírito e à cabeça dos foliões dessa terra
bonita, onde todos se conheciam, se amavam. No carnaval a ordem era cair no
passo, dançar o frevo, sambar, se esbaldar, curtir, namorar.
A
temporada carnavalesca começava com o chique Réveillon do Clube Fênix, logo
após vinha o esperado Baile de Máscaras, só entrava com fantasias e máscaras
obrigatórias ou traje a rigor. Os foliões pulavam até o Sol raiar e um banho de
mar amanhecendo o dia na praia da Avenida da Paz. Enquanto a moçada esperava o
carnaval, aos sábados tinham as festas pré-carnavalescas: Noite no Havaí, Preto
e Branco, Baile Tricolor. Os surdos e tamborins começavam a esquentar nessas
festas, onde a paquera era escancarada.
Durante a quinzena anterior ao carnaval, a
Prefeitura organizava uma animada Maratona Carnavalesca toda noite na Rua do
Comércio, com corso de carros rodando e muito frevo. As jovens desfilavam
sentadas nos para-lamas dos carros, jipes e caminhonetes. Em cada esquina havia
uma orquestra tocando o frevo. Ali se misturava a burguesia, a classe média, o
povão, os estivadores, as empregadas, soldados, pedreiros, lavadeiras. A
Maratona Carnavalesca emendava com o carnaval, só terminava quarta-feira de
cinzas.
No domingo anterior ao carnaval a Avenida da Paz lotava de
gente de toda espécie e classe social. A partir das oito da manhã começavam a
aparecer as troças, as fantasias, as críticas, os blocos de frevo, as Escolas
de Samba para o grande desfile do Banho de Mar à Fantasia coordenado pela COC -
Comissão Organizadora do Carnaval da Prefeitura de Maceió. Nas imediações do
Clube Fênix um palanque dava guarida para uma banda tocar músicas de carnaval e
o povo na rua pulava e dançava até mais tarde no maior calor. Depois de passar
pela Comissão Julgadora, alguns fantasiados caiam no mar, um mergulho com fantasia
no corpo, na água límpida do mar da Avenida da Paz.
Iniciava o desfile oficial perante o
palanque com os jurados escolhidos pela COC para entregar as taças de campeão.
Primeiramente vinham as críticas e troças com a irreverentíssima turma do Bráulio
Leite, Santa Rita, Rubens Camelo, Vadinho, Alipão, João Moura, Pitão, Napoleão.
Esses não perdoavam governo e governantes. Depois vinham fantasias. Tarzan e
sua esposa eram o casal devorador de prêmios. Havia um grande folião, Fusco,
militar da aeronáutica sempre gozava um enredo de um filme da época. Certa vez,
o filme do momento era “Amar foi minha ruína”, Fusco fantasiou-se de moça
grávida, e nas costas, um cartaz: “Amar foi minha ruína”. Lincoln Jobim um
especialista, fantasiava-se de Seu Fortes, um louco conhecido na cidade,
maltrapilho, à sua volta alguns cachorros, Lincoln era um artista, imitava Seu
Fortes melhor que o próprio.
O desfile finalizava com a competição
entre os blocos carnavalescos: Vulcão, Bomba Atômica, Pitanguinha vai à Lua,
Vou Botar Fora, Cara Dura, Cavaleiro dos Montes, Amigo da Onça, disputa era
acirrada.
Depois
de passar pelo palanque dos jurados e receberem prêmios, os blocos continuavam
arrastando as multidões pela avenida, atravessavam a ponte do Salgadinho e
perto do coreto entravam na Rua Silvério Jorge, onde o general Mário Lima, em
sua casa, esperava cada bloco com bate-bate de maracujá, cerveja gelada e um
bom tira-gosto para os músicos. O bloco tocava 4 ou 5 frevos, depois seguiam em
frente; outro bloco já estava na porta. Minha casa era uma festa, amigos
dançavam, faziam o passo na enorme varanda durante o restante da tarde-noite.
Figuras das mais conhecidas entravam no
embalo, badaladas senhoras, misturavam-se com o povão, era a democracia carnavalesca.
Atrás dos blocos pulavam engenheiros e serventes, médicos e enfermeiras,
capitão e soldado, filhas de Maria e prostitutas. Os blocos terminavam de tocar em minha casa
ao anoitecer, antecipando o carnaval. Namoros feitos, outros desfeitos, a
alegria do carnaval tomava conta da juventude.
À noite o povão voltava para suas casas.
Cansados, os blocos recolhiam seus estandartes esperando o carnaval chegar na
próxima semana.
domingo, 18 de abril de 2021
NEVER MORE - Carlito Lima
NEVER MORE
Há três anos viajei à Disneylândia por insistência de meus amados netos. Passei alguns dias na terra do Mickey e Pato Donald. Essa tal de Disneylândia não passa de um imenso supermercado de fantasia infantil construído na cidade de Orlando. Estranhei a temperatura, a previsão entre 12 a 25º centígrados furou, deu todos os dias 5 (cinco) graus, quase morro de frio, uma Sibéria para um nordestino rato da praia de Jatiúca. Tudo é longe. O acesso aos parques temáticos fazia-se apenas de carro, alugamos uma van que deixávamos estacionada numa área especial.
Um trenzinho circulava levando os visitantes aos parques. A entrada custava na época U$ 89,00 por pessoa; impossível conhecer todos os parques em uma semana. Meus netos adoraram o Magic Kigdom, Harry Portter, Sea Word entre outros. Gostei apenas do EPCOT CENTER, uma extensa área com divisórias separando as regiões de 12 países. Degustei um pouco da comida e bebida de todo o mundo, saí meio de porre.
Orlando é uma cidade central da Flórida, um estado “comprado” à Espanha, aliás, os estados limítrofes sul dos Estados Unidos pertenceram à Espanha. Califórnia, Texas, foram incorporados aos USA em tenebrosas transações internacionais, a maioria das cidades conservam nome hispânicos, Los Angeles, San Francisco, San Diego, etc…
No final dos anos 60 o desenhista Walt Disney comprou uma imensa área em Orlando, construiu uma máquina de dinheiro vendendo sonhos infantis. A Disneylândia foi inaugurada 1971, deu certo, construíram mais parques temáticos. A cidade de pouco mais de 200 mil habitantes vive à base do turismo planejado, profissional, produto típico do capitalismo organizado americano, tudo é pago, até contemplar a natureza no Lago Buena Vista. Os parques, hotéis, restaurantes, shoppings, outlets, ficam distantes, não existe possibilidade de ônibus. Incrível, não encontrei uma livraria nos Shoppings ou na cidade.
Gente de todo mundo gastando dólares, muitos dólares. Num “Outlet” perguntei a um mineiro se a “ilha” onde vendia travesseiros lhe pertencia, sorriu de minha inocência. Todas as lojas do “Outlet” são de um grupo de comerciantes judeus, 250 lojas vendendo todo tipo de artigos em promoção, turistas de diversas nações comprando, escandinavos, francês, americanos, ingleses, indianos, paulistas, colombianos, palestinos e muitos americanos deixando seus dólares. A Disneylândia não passa de máquina urbana sugando o dinheiro do mundo. Impressiona a qualidade de vida dos habitantes, todos têm carros enormes chupadores de gasolina, entendi porque de olho no petróleo do mundo os USA fomentam tantas guerras. O dia que o petróleo acabar, acaba a farra gastadora da “way of life” americana.
Surpreendeu-me a população americana, gente de todo os Estados Unidos tem a Disney como objeto de consumo. A maioria supergorda, geração do “fastfood”, hamburgo, batata e muita fritura. A obesidade na juventude é questão de saúde pública no país.
A mão de obra subemprego como, camareira, lojista, taxista geralmente são dos hispânicos, muitos estão irregulares. Um taxista marroquino, me confidenciou, estava há dois anos nos USA, trabalhava para juntar dinheiro e voltar para Marrocos, ainda solteiro, entretanto, pretendia casar-se quatro vezes como permite o Alcorão. Suas mulheres vão andar de véu, só mostrarão o rosto para o marido. Sugeriu que eu lesse o Alcorão onde está a verdade do Universo, só terá vida eterna quem obedecer aos seus ensinamentos. Vou comprar um volume, fiquei interessado no capítulo das mulheres, quem sabe? Um dia posso precisar.
Como bom avô, tomei conta dos netos enquanto os adultos iam às compras. No hotel organizei concurso de piadas, ensinei jogos educativos: porrinha, dados, carteado, pôquer, buraco, ficaram viciados no “sete e meio”. A convivência, a alegria, a felicidade dos netos compensaram os dias na Terra do Mickey. Voltar? “Never more!”.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
SEXTAS CLÁSSICAS EM JARAGUÁ EM MAIO
A Associação Cultural Alagoa do Sul, convida a todos maceioenses para as 4 apresentações das SEXTAS CLÁSSICAS EM JARAGUÁ no mês de maio. Concerto de música clássica com uma Orquestra Filarmônica, logo após canto lírico de um tenor ou uma contralto. E o povão maravilhado assistindo ao vivo, um sonho para eles. Lei Aldir Blanc SECULT-AL.
CARNAVAL 2022
Vamos começar a pensar, junto com a Prefeitura, em um grande carnaval de 2022 com patrocinadores de peso. Carnaval é a síntese da Economia Criativa, todos ganham, desde os músicos, os ambulantes, os hotéis, as costureiras, eletricistas, montadoras, fábricas de camisas, taxistas, restaurantes, sorveteiro, ambulantes; os turistas adoram. Maior burrice surreal: Maceió passou mais de 15 anos sem carnaval para não icomodar turista, eu ouvi isso de autoridades. Queremos um novo carnaval na cidade de Maceió. Em 2019 e 2020 já foi delineada uma programação pela FMAC com um Polo Carnavalesco na Orla durante os 4 dias de carnaval, foi sucesso, precisa apenas acertar alguns pontos. Pensando em 2022 fata apenas um ano. Não exite condições de um carnaval em 2021, preservemos nossa saúde, nossas vidas.
UMA HISTÓRIA DE AMOR - 51 de casados 9/1
UMA HISTÓRIA DE AMOR - 51 de casados 9/1