Um Quixote pós-moderno
Quando alguns dos seus sucessos ultrapopulares foram avassaladores, Odair José teve apelidos pejorativos, vindo a ser tratado como “terror das empregadas” e “rei do brega”, alcunhas discricionárias para um compositor libertário.
“Hibernar”, “A Casa das Moças” e “Ouvindo Rádio” são as músicas que abrem a tampa. Odair ajuntou os três títulos e com eles nomeou o CD. O álbum tem participações especiais: Assucena Assucena e Raquel Virginia, do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira e de Jorge Du Peixe e Toca Ogan, integrantes da Nação Zumbi. Todos engajados com Odair José, um Quixote pós-moderno.
Luiz Thunderbird abre o disco encarnando um “locutor de rádio”, num som “de lata”, “explicando” qual é a da parada que ainda vai rolar. Logo após estão as três músicas.
Nas letras de Odair José não há banalidades. Ou melhor, até pinta uma ou outra, mas duram apenas o breve tempo de uma pedra rolar. Pois em tempos de servidão, a frase antecipa os troços, mas não sem antes o poeta escrever sobre o artefato que explodirá no átimo de um tempo que antecede a dor.
Hoje, a cabeça do poeta pulsa firme em versos roqueiros:
“Hibernar”: “Vou me hibernar por um tempo/ Me avise quando a cena mudar/ O mundo está de ponta cabeça/ Espera ele se aprumar (...)”;
“Casa das Moças”: “(...) Nessa casa das moças/ A oferta é o prazer (...)”;
“Ouvindo Rádio”: “(...) Ouvindo rádio/ O rádio é magia/ Ouvindo rádio/ É só fantasia (...).
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