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sexta-feira, 8 de abril de 2016

Transexual derrota 18 mulheres e é eleita rainha de rodeio em Cafelândia Associação LGBT diz que não há registros de transex com o título no país. Diana foi inscrita no concurso por amigos: 'Beleza é universal', diz.. G1


Renata MarconiDo G1 Bauru e Marília
Diana concorreu ao título de miss com outras 18 mulheres (Foto: Arquivo pessoal)Diana concorreu ao título de miss com outras 18 mulheres (Foto: Arquivo pessoal)
Uma transexual de Cafelândia (SP), no interior de São Paulo, foi eleita rainha do Rodeio 2016 na cidade. Diana Victoria Paes, de 34 anos, venceu o concurso disputado contra 18 mulheres. “O que contava no concurso era beleza, simpatia e desenvoltura na passarela. Me enquadrei em todos esses quesitos, porque a beleza é universal e, sinceramente, éramos todas iguais”, afirma Diana.
Segundo a Associação Brasileira LGBT, não há registros de transex com este título no Brasil. Mas ela só se tornou a primeira porque dois amigos a inscreveram no concurso sem sua autorização.
Transexual recebeu a faixa da ex-rainha (Foto: Diana Victoria Paes/Arquivo Pessoal)Transexual recebeu a faixa da ex-rainha
(Foto: Diana Victoria Paes/Arquivo Pessoal)
“Depois acabaram me convencendo a participar, principalmente porque amo festa de peão. Tive muito medo de ser julgada, pensei várias vezes em desistir do concurso, mas fiquei surpresa quando vi que a maioria esmagadora da cidade torcia por mim. Todos me diziam que eu ia ganhar, mas confesso que não levava fé que fosse acontecer e depois que ganhei fiquei assustada sem acreditar”, conta.
Diana, que tirou um documento com o novo nome e deixou o antigo no passado, conta que sempre se sentiu em um corpo diferente do que nasceu. “Sempre me senti uma menina, a cirurgia chegou simplesmente para adequar meu corpo a minha mente”, explica. Atualmente ela trabalha em uma indústria de produtos para animais e está no quinto ano da faculdade de fisioterapia.
A rainha nasceu na cidade de quase 18 mil habitantes e conta que todas as candidatas sabiam que ela era transexual, mas, mesmo assim, não enfrentou preconceito. “Elas me respeitaram e muitas estavam torcendo por mim inclusive, mesmo sendo concorrentes”, lembra.
Ela conta que não enfrentou preconceito de nenhuma das outras candidatas ao título (Foto: Arquivo pessoal)

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