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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA - Carlito Lima


O GUIA VOLUNTÁRIO

FRED

Na última sexta feira eu visitava hotéis de Maceió durante o café da manhã distribuindo folhetos, convidando turistas para assistirem às Sextas Clássicas em Marechal Deodoro, encontrei o amigo Fred,  pediu-me aquele material, encarregou-se em distribuir no hotel, onde geralmente toma café. Sorri-lhe, cúmplice, Frederico é o maior paquerador de turista do Estado das Alagoas. Durante a temporada fica incontrolável. Por conta dessa compulsão, Margarete, ex esposa, não aguentou levar tanto chifre, deixou-o . Hoje aos sessenta anos, aposentado, mora num pequeno apartamento à beira mar, sua vida é andar pela manhã, tomar café em hotéis na orla, paquerar as turistas. Conhecedor da história das Alagoas, bom conversador, gentil, figura agradável, se intitula guia turístico voluntário, as turistas que vêm em busca de aventuras amam seus serviços gratuitos nos passeios e na cama.

SEXTAS CLÁSSICAS


Durante à noite eu estava no belíssimo Convento de Santa Maria Magdalena , concentrado, ouvindo, me deliciando com o Bolero de Ravel tocado pela Orquestra Filarmônica Manoel Alves de França, uma das cinco de Marechal Deodoro, encerramento do projeto Sextas Clássicas, onde o povo ouve música de alta qualidade, povo simples também gosta do que é bom, percebi um aceno do outro lado, era Fred acompanhado por duas mulheres. Depois do encerramento houve serenata pelas ruas bucólicas da histórica Marechal Deodoro (420 anos), encontrei o amigo feliz da vida, apresentou-me suas companhias, mineiras, de Juiz de Fora, Ana Lúcia, professora de música da faculdade e Goreti, arquiteta. Estavam encantadas com a cidade histórica,  casario colonial bem conservado,  Igrejas, Casa-Museu onde nasceu o Marechal Deodoro, Palácio Provincial, o belíssimo Museu de Arte Sacra, e aquele maravilhoso projeto musical, Sextas Clássicas. Continuamos  andando na serenata, cantando cantigas de antigos carnavais.
Antes da despedida Fred cochichou-me ao ouvido,  estava bígamo das duas, mulheres maduras sem preconceitos. Convidei-os para no dia seguinte participar da abertura do carnaval de Marechal no Bloco Ninho do Pinto.

BLOCO NINHO DO PINTO


Eram 9 horas da manhã nos encontramos no povoado da Massagueira, entramos na escuna  com os foliões do Bloco, orquestra de frevo, passistas, autoridades, governador, prefeito, iniciamos navegando pela lagoa Manguaba. O Bloco Ninho do Pinto é o único bloco anfíbio no mundo.  Lanchas, canoas, jetskys, outras embarcações acompanhavam as duas escunas do Bloco, as mineiras fascinadas com tanta beleza entre os canais das lagoas, ilhas e coqueirais, a orquestra não parava de tocar, as passistas traçando tesouras, estandarte no ar. Pouco mais de uma hora navegando qual cisne branco, avistamos ao longe o Centro Histórico de Marechal Deodoro, repleto, cinco orquestras de frevo esperando junto com a multidão. As escunas aportaram, o Bloco desembarcou, o Prefeito Cristiano Matheus entregou a chave da cidade ao Rei Momo, iniciou o desfile pelas ruas estreitas enladeiradas, o povo delirava, mais de duas horas dançando, cantando, com direito a banho  jato d'água. As mineiras pulavam, se divertiam juntas a Fred, o mais feliz dos foliões naquela manhã de abertura de carnaval. Retornaram à Orla Lagunar onde num palco armado uma excelente orquestra de frevo, W & K,  tocou para o povo 
dançar até mais tarde.

BLOCO DA NÊGA FULÔ



Almocei com Fred e as mineiras no Bar do Pato, povoado da Massagueira, o maior pólo gastronômico do Nordeste. As turistas fascinadas; ter um guia como Frederico Magalhães é privilégio. Elas retornaram à Minas prometendo vir passar o carnaval em Alagoas especialmente para sair no Bloco da Nêga Fulô que vai estrear no domingo de carnaval, 7 de fevereiro, saindo dos Sete Coqueiros até o Alagoinha, orla de Maceió, a partir das 15:30. Fred me telefonou, as mineiras já compraram fantasia, reservaram pousada na praia do Francês em Marechal Deodoro, onde vão desfilar em todos os blocos possíveis de Marechal, até no Bloco dos Garçons na quarta feira de cinza. O turismo de Alagoas  agradece a ajuda de Frederico Magalhães, o eficiente guia voluntário.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA - Carlito Lima

SOLAMENTE UNA VEZ

Praia de Ipioca
   
Há mais de seis anos deixei de dirigir, tornei-me amigo de taxistas. Gosto de conversar com esses motoristas anônimos, futebol, política (é um termômetro), o que acontece na cidade. A prefeitura da cidade de São Paulo proibiu taxistas conversarem esses assuntos com clientes, fico imaginando a conversa de taxista paulista, Sartre? Tchaikovsky? Marx?

 Semana passada peguei um taxi no posto, disse o destino ao amigo Arara, fomos conversando, perguntei sobre o movimento dos turistas. Ele não se fez de rogado, gosta de contar casos, ótimo contador de história. Enfrentamos o trânsito louco enquanto ele narrava com entusiasmo sua aventura.
  
- "Coronel, o senhor não vai acreditar,  eu aguardava passageiro calmamente no posto, eram 10 horas, quando a argentina apareceu, coroa bonita, vestido transparente de renda branca, por baixo maiô azul claro. Sorrindo foi negociando o custo em levá-la à praia de Ipioca e ficar esperando até às três da tarde, o almoço ela pagava. Fiz meus cálculos, ela aceitou. Sentou-se no banco dianteiro, partimos rumo ao litoral norte. A coroa se apresentou, Filipa, mora em Córdoba, fascinada por Maceió, está comprando um apartamento na Jatiúca, sempre passa férias e feriados, conhece todas as praias, apaixonada por Ipioca. Ficou empolgada ao passarmos pelas novas ruas e avenidas em frente ao mar. Em Ipioca estacionei embaixo de uma árvore, Filipa desceu, rumou à barraca de praia, acompanhei-a à distância, pediu ao garçom, sombrinha, mesa, cadeira. Eu apreciando, a argentina tirou o vestido, de maiô respirou fundo, de repente correu, entrou no mar, pulou marolas, mergulhou."
 Interessadíssimo na história, perguntei, que tal a coroa?
- "Uma Deusa, corpo enxuto, tudo em seus lugares, foi campeã de natação na Argentina." Respondeu o Arara com ar de cumplicidade. Continuou. "A bonitona nadou meia hora mar a dentro. Saiu da água saltitando, feliz, alegre, sorrindo, deu-me um adeus ao longe, retornou à mesa, ajeitou a sombrinha pediu ao garçom cerveja e peixe frito, camarão. Na segunda cerveja ela virou-se, chamou-me com os dedos, atendi, sentei-me a seu lado, num português com sotaque entendível, conversamos bastante. Trocou para uísque, eu na coca. Cada vez soltava-se mais, perguntou-me que tal a veterana? Só depois entendi que veterana é coroa, mulher usada, semi nova, em argentino. Respondi, a senhora ganha de muita jovem."

  Arara, todo orgulhoso disse ter notado depois da bebida um clima de paquera.

"Filipa puxou assuntos picantes, sexo e coisa e tal. Ela perguntou-me se queria almoçar em algum restaurante ou comeria na barraca, respondi-lhe que o peixe estava ótimo, matava a fome com aquele delicioso bijupirá e camarão. Ela tomava uísque como se fosse cerveja, sorria, cantava, quase embriaga, deu três da tarde, ela falou que não importasse a hora, pagava mais. Às quatro  ela pagou a conta, levantou-se, eu ajudei-a a levar o vestido, de maiô entrou no carro, cantando e sorrindo. Ao sentar-se, de repente olhou para mim, puxou meu rosto, beijou-me a boca, ficamos grudados. Olhamos, olhos nos olhos, ela deu as ordens, para o hotel. Segui com o carro conversando com a veterana, não deixava de sorrir e cantar. No hotel levei-a ao quarto, nos abraçamos, fomos ao banho. Passei um resto de tarde maravilhoso, coroa extraordinária a argentina nadadora, sabia tudo na cama. Sai às nove da noite, pagou-me o combinado, deixei-a dormindo."

Eu ansioso por saber se a argentina estava ainda na cidade, perguntei se ele a procurou novamente, qual hotel se hospedava. Arara continuou sua história.

   "No dia seguinte fui ao hotel, encontrei-a no café da manhã, pediu-me para sentar, disse-me em seu espanhol. "Arara, me gustó sair con usted, pero, saio solamente una vez, sin repetir lo taxista, una vez cada uno, una vez nada más, solamente una vez." Levantou-se, entrou no hotel. Com alguns dias descobri, três colegas taxistas tiveram a mesma aventura maravilhosa com a argentina. Vão completar dois meses, nunca mais avistei a veterana". 
 
Chegamos ao nosso destino, Arara parou o taxi, eu pensando, "solamente una vez", deu-me uma ponta de inveja do Arara.


TEXTO DE ÂNGELA M. S. VAZ À MARTHA MEDEIROS




                                    Martha Medeiros

O assunto hoje é praia!  “Que praias serviram de cenário para sua história ?” (frase extraída da de crônica publicada na Revista O Globo 06/12/2015 por Martha Medeiros).

Prezada Martha Medeiros

 Sua pergunta mexeu comigo. Sabe por que ?  Sou carioca da gema ... ih gema, alguém ainda fala isso ?  Já viu né ? Nasci no final do anos 40. Ah...  do século passado.  Praia, banho de mar e vida...  Pois eh!  Tudo fundido na memória como uma coisa só.  As vivências, família, valores, escolhas na nossa vida, casamento e nova vida constituída...  Fiquei na Zonal Sul até hoje, mas a praia tá tão longe aqui do Jardim Botânico... nossa!  Esqueci a ultima vez que tomei banho de mar!  E, agora, ver a beira da praia, só de carro e de passagem para as compras, médicos, dentista ou mostrá-la para algum visitante...  E nossas escolhas ... As primeiras recordações de infância? Praia da Urca, com o cassino da Urca ao fundo. Praia linda baldinho, irmãos, muita brincadeira e subindo ladeira S. Sebastião na volta pra casa.  Década de 50.  Aos sete anos, muitos irmãos e... morando numa  vila em Botafogo, o banho de mar era em Ipanema. A praia aos domingos vista de perto, da casa do tio-avô.  A casa deles ficava numa esquina de Ipanema, muro baixinho, vista para a praia. Pouca gente, praia quase deserta. Algumas idas para mergulho e brincadeiras, castelinhos de areia, primos, fotos, muita arte, histórias de viagens à Europa para estudos... tudo junto!  Na década 60.  Adivinhou ? Castelinho e Arpoador, saindo direto da vila em Botafogo, tomando o lotação, com a turma de irmãos, primos, vizinhos. Sozinha nem pensar!  Frescobol, jacaré (só para os homens). Mas, tinha a torcida, claro. Passava o vendedor de biscoito Globo... Tem também o lance do maiô para o “duas peças” ou “biquíni”. Conversas em família, pode não pode, quem da turma já usando... Mas qual o modelo permitido ?  Fora as que usavam escondido dos pais. Primeiras paqueras com desconhecidos (não eram da turma).  E tinham que se enturmar com todo mundo, para o namoro ir para adiante.  Porque, depois o compromisso implicava em ir junto com a turma para os “arrastapés” ao som da vitrola, passeios, festas juninas com dança de quadrilha, time da turma de vôlei, futibol... Primeiras viagens sem os pais para o nordeste. E, muita praia e com carnaval, tudo junto!  Década de 70 continua a praia em Ipanema. Nossas escolhas ?  Estudar muito, ser independente financeiramente trabalhando e estudando... concursos, mestrado... curso de desenho.. E a praia menos frequente, claro... Mas cadeirinha de praia e a gente fazendo caminhos com o calcanhar só quem viveu sabe o que é.  O namoro e o casamento com goiano do interior... Trabalho, filho, família.  A praia ficou longe... Década de 80.  A salvação ?  Mamãe e Papai mudaram para o Leblon, bem pertinho da praia. Que saudade!  Livre acesso na casa deles para estacionar, lavar os pés sujos de areia, tomar banho após a praia, com direito a um lanchinho. O banho de mar no Leblon...  Ah não era como Ipanema, valia a caminhada para o mergulho. Valia mesmo a caminhada na areia ao longo da orla. Valia levar filho e sobrinhos.  Vida boa! Ah mas, tinham as escolhas. Na década de 90, o doutorado onde? no interior paulista. Onde fica a praia mesmo heim ?  E continua perto da casa da mamãe, agora com a orla liberada para a caminhada de domingo. Mergulho rápido. E o almoço ?  E o sol a pino no verão? e o alarme sobre o câncer de pele? Mas valia ver o por do sol no verão...  Novo século, onde fica a praia mesmo heim ?  Esta bem ali, mas tá longe... E as nossas escolhas... Obrigado à vida ... Ass. Angela Maria Studart da F. Vaz

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

DEU NO JORNAL DA BESTA FUBANA

CARLOS EDUARDO – PATY DO ALFERES–RJ

Prezado editor Berto,
Ministro de Dilma só pode ser igual a ela.
Veja esta notícia:
O Brasil nem começou a pesquisar uma vacina contra o zika vírus e o ministro da Saúde, Marcelo Castro, já fez uma declaração polêmica, que ganhou repercussão nesta quinta-feira (14). Marcelo Castro declarou ao jornal ‘O Globo’, que iria torcer para as mulheres pegarem o vírus antes da idade fértil.
“Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Nós vamos dar para as pessoas em período fértil. E vamos torcer para que as pessoas antes de entrar no período fértil peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina”, disse.
Um abraço do seu fiel leitor,
R. De fato, um cabra que dá uma declaração deste tipo, tinha que ser mesmo ministro da Mulher Sapiens, a criadora de um idioma chamado Dilmês e competenta gerenta do gunverno do PT.

marcelo-castro-2
“Cara de tabacudo eu já tenho; só faltava mesmo ser ministro de Dilma e cagar um tolôte oral; completei meu currículo!”

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA - Carlito Lima


                                        CELULAR É O CÃO!


            Marluce começou a desconfiar quando Germano colocou o celular para carregar na tomada da área de serviço. Tantas tomadas nas salas do amplo apartamento, onde sempre carregava o celular, porquê agora só na área de serviço? Quando o celular tocava o marido se levantava num rompante, atendia, voz baixa, às vezes conversas desconexas, marcando e desmarcando compromissos, a esposa achou estranho. Durante à noite aproveitando o sono pesado de Germano, ela apanhou o celular da cabeceira, trancou-se no banheiro, iniciou uma procura de ligações diretas e no WhatsApp. Não percebeu algum nome de mulher em destaque, porém, um tal de Dr. Sílvio era constante nas chamadas, conversas longas, 8 a 10 minutos. Saiu do banheiro, deitou-se, insone, elucubrações, histórias, fantasias, até suposição de homossexualidade do marido. Dr. Sílvio, não lembrou de algum, era quem mais aparecia nas ligações. Ao acordar, domingo, testou Germano com carinhos, ele correspondeu, transa fervorosa, surpreendente, para um sessentão.
   Na segunda feira marcou com Audálio, detetive particular procurado no Google. Às três horas da tarde ela subiu o Edifício Breda, o mais antigo da cidade. Contou a verdade ao jovem detetive, a desconfiança de uma aventura do marido. Com uma foto de Germano, número da chapa do carro, local de trabalho e um adiantamento de R$ 500,00, o detetive prometeu trabalho, aguardasse.
  Na segunda feira seguinte Audálio telefonou, convidou a madame a comparecer ao escritório. Marluce subiu no velho elevador às quatro da tarde, ao entrar na sala sentou-se numa confortável poltrona, encarou o detetive, "e aí?"
    "Descobri tudo Dona Marluce", disse Audálio mostrando-se vencedor. "Foi uma semana trabalhosa, muitas investigações, espero que a senhora me recompense. Aqui estão as provas em fotos", disse, estendendo-lhe um envelope pardo.
        Marluce num átimo tomou-o das mãos de Audálio, rasgando pela beira, abriu o envelope. Ficou surpresa, assustada e muda ao ver fotos de seu marido no carro entrando em motel com  Silvinha,  amiga de longas datas. Uma onda de  raiva tomou seu ser, deu um tapa nos cinzeiros da mesinha, voaram longe. Audálio, abraçou-a, mandou chorar, ela chorou com tanta ira que molhou a camisa do detetive. Precisou algum tempo e um lexotan para se acalmar. Marluce calada, pensou meia hora, sentada. Levantou-se da poltrona, encarou o jovem detetive, num impulso abraçou-o, beijou-lhe a boca, dentro do escritório no chão de falso granito fez amor urrando, gritando, chamando Germano de corno, os vizinhos de salas ouviram e acudiram. Audálio abriu a porta, tudo sob controle. Já calma, vestida, ela fez um cheque de R$ 5.000,00, saiu da sala como se nada tivesse acontecido.
    Ficou a matutar o quê fazer, ligou para o filho nos USA, descansou um pouco a alma. Na quinta feira telefonou para Eduardo, marido de Silvinha convidando para jantar no sábado, nunca mais os casais tinham se visto. Eduardo aceitou, comunicou a Silvinha, ela imediatamente ligou para Germano, a intuição feminina baixou em Silvinha, "ela está sabendo" disse convicta à Germano. "Sabe nada, tomo todo cuidado possível", respondeu.
     No sábado, o casal chegou para o jantar, Marluce se mostrava radiante, servia e tomava John Walker Blue, tira gosto o melhor possível servido pelo garçom Lourival. O jantar, uma delícia, Bijupirá ao molho de camarão e lagosta ao thermidor. Depois de muitas conversas e uísques, foram para varanda tomar licor, continuar a noitada, uma vista linda da praia de Ponta Verde. Em certo momento, Marluce falou alto, "Ah! tenho uma surpresa interessante para mostrar". Retornou com o envelope pardo, distribuiu para cada um, uma fotografia. Todos emudeceram olhando as fotos. Eduardo foi o primeiro a se manifestar, xingou a mulher de vadia, puta, deu-lhe um soco, ela caiu, ele saiu. Germano olhou para a esposa, Marluce simplesmente sorriu-lhe, "pode sair, suas malas estão na portaria, nunca mais volte aqui". Encarou a ex amiga com olho roxo, "sua puta, Dr. Sílvio, vá embora daqui imediatamente, dou-lhe uma cacetada no outro olho."

         Dias depois Silvinha recriminava Germano, "você disse que tomou todos os cuidados!". "Ela desconfiou quando carreguei o celular", respondeu, "celular é o cão!."

UM TEXTO DE RONALD MENDONÇA

O ÓSCAR É O PORTO

RONALD MENDONÇA
MÉDICO. MEMBRO DA AAL
Os romanos diziam que o nome era o destino (“nomen est omen”). Nossos irmãos portugueses, apaixonados por música (deles herdamos esse pendor), fizeram uma junção de sons e apelidaram de “fado”. Fado é dor, saudade (vocábulo que só a língua portuguesa emprega com a devida afetividade), queixume, mas também muita alegria. Fado é música, é destino. Aqui na cidade do Porto, tentando matar as saudades da nossa família nuclear, distantes cerca de oito mil quilômetros de Maceió, já somos tomados pela imensa tristeza de ter de partir.
Lembro Serenata do Adeus, a poesia/canção de Vinicius de Moraes, imortalizada na voz de Elizete Cardoso: “... Ai, vontade de ficar mas tendo que ir embora/ Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora/ É refletir na lágrima, um momento breve/ De uma estrela pura cuja luz morreu...”
Com efeito, estamos a deixar essa linda cidade, encantadora, acolhedora que recebeu meu filho, minha nora e meus netos com carinho. Que nos recebeu com especial atenção. Deixamos esse Porto com profunda saudade. Não é fácil Nadja e eu pararmos nossas atividades e ficarmos quatro semanas sem trabalhar...
Estamos partindo relutantemente. Nossa cronologia futura já náo é mais a mesma. Temos pressa. Os velhos têm pressa. Eles, os velhos, têm passado e presente. Os planos dos idosos costumam fixar-se na data do hoje. Não obstante, temos projetos de aqui retornarmos...
Se não bastassem as saudades que diariamente, doravante, nos consumirão, estamos convencidos de que merecemos por aqui estar e nos demorarmos, esticando as cordas das violas do tempo até o limite. Pretendemos voltar. Se é verdade que os velhos têm pressa, teremos essa pressa para rever os nossos netos, o filho e a nora.
Queremos rever os amigos que aqui deixamos. Amizades que se estreitaram com essa figura extraordinária, o professor Óscar L. Alves e sua delicada família (esposa, filhos, mãe e avó).
Óscar é um dos mais brilhantes neurocirurgiões da Europa. Festejado pela comunidade científica do mundo inteiro, é um orgulho da medicina lusa. Ele não só abriu o seu moderno santuário cirúrgico. Recebeu-nos como um irmão mais novo costuma recepcionar irmãos mais velhos.
Essa figura extraordinária, para os portuenses mais radicais, só tem um defeito: ser torcedor do Benfica , de Lisboa. Ao saber da paixão do meu neto por futebol, levou-o para assistir ao jogo em que o Benfica derrotou o adversário.
O Prof. Óscar multiplica-se. Amante incondicional do fado, em noite memorável, estivemos juntos no Vício do Fado (uma visita imperdível), curtindo uma noitada verdadeiramente portuguesa. Imaginem o que é reunir, numa só noite, fadista da altura do poeta Fernando Castro, da publicitária Milu, da fadista Maria Augusta, de solistas exponenciais, de velhos compositores (um deles, octagenário ),tudo isso acompanhado por vinhos e pela saborosa culinária regional.
Abuso da licenciosidade da crônica para dizer que o Porto é uma linda cidade, banhada pelo Douro, cheio de encantos e sempre airoso. Os lenços da nossa saudade, não dão para enxugar nossas lágrimas. Parodiando Luiz Gonzaga, lhes digo: toda gente que sai de Portugal, o coração deixa aqui no Porto.

CHICO NUNES DAS ALAGOAS -DO BLPG TERRA DOS XUCURUS - ALOÍSIO GUIMARÃES.

CHICO NUNES

Texto de Aloisio Guimarães

O palmeirense Francisco Nunes Brasil, o Chico Nunes, nasceu em maio de 1904 e morreu em fevereiro de 1953. É considerado o maior poeta popular do Estado de Alagoas, tendo recebido a alcunha de “O Rouxinol da Palmeira”.
Seus versos desbocados são comparados aos de Bocage, famoso poeta da língua portuguesa, pelo estilo ferino e/ou imoral de sua poesia. Seus improvisos eram temidos por todos, tornando sua presença em qualquer evento motivo de inquietação para muita gente, tanto em Palmeira dos Índios como nas vizinhanças.
Boêmio inveterado, Chico viveu grande parte de sua vida no cabaré de Palmeira dos Índios, localizado no centro da cidade e que hoje, em sua homenagem, leva o nome de RUA CHICO NUNES.
A sua fama correu o Brasil, levando o grande ator, compositor, poeta e escritor Mário Lago, a escrever e publicar um livro sobre a vida do Chico, com o título "CHICO NUNES DAS ALAGOAS" - fonte obrigatória de pesquisa sobre a vida do nosso poeta.
Antigamente, como é ainda hoje em algumas cidades nordestinas, era comum o embate entre os poetas, violeiros e emboladores (poetas que cantam seus versos ao som de pandeiro). Tal fato deu origem a mais bela página da vida do Chico, quando, sabedor da fama dele, o poeta Pedro Basílio, também famoso, o desafiou em praça pública para um duelo, cujo mote era “Eu sou melhor do que tu”.
Como não era homem de fugir da raia, prontamente Chico aceitou o desafio, cabendo ao Pedro Basílio o início da contenda. Este, num alto-elogio, recitou:
Sô rico, sô potentado,
Sô um poeta do direito,
Sô um homem de respeito.
Sempre fui considerado
Como um cantador honrado,
Desde o norte inté o sú,
Inté o Barão de Traipú
Me daria confiança;
Vivo cheiro de esperança
Eu sô mio do que tu.
Ao ouvir tais versos, Chico lambeu os beiços e, numa falsa humildade, declamou:
Sô ladrão de mandioca, 
Sô a lama de um barreiro, 
Sô do tipo cachaceiro, 
Sô imbuiá, Sô minhoca,
Sô como sapo na toca,
Sô um sapo cururu,
Sô puleiro de urubu,
Sô um chocalho sem badalo,
Sô um ladrão de cavalo,
Eu sô mio do que tu”
Ouvindo a plateia aplaudir intensamente, Chico emendou:
Sô um tipo sem futuro,
Desses que não vale nada, 
Sô igual a uma levada
Como bagaço de munturo,
Sô um recanto de muro
Onde só tem cururu,  
Só igual a um tatu   
Dentro do buraco fundo,   
Sô a desgraça do mundo,   
Eu sô mio do que tu
E, para ganhar a contenda, Chico Nunes finalizou:
Já perdi a cirimônia,   
Eu ando cambaliando,  
Andam até me chamando   
De fumadô de maconha,  
Ajuntei-me com uma sem vergonha
Levei ponta pra chuchu,
Fui corno em Caruaru ,  
Viado no Maribondo,  
Mas mesmo dando o redondo,  
Eu sô mió do que tu!
A galera foi ao delírio!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

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DEU NO JORNAL DA BESTA FUBANA - TEXTO DE ÉLIO GASPARI

OS MASCARADOS ESTÃO SOLTOS

Elio Gaspari
Há algum parafuso solto no sistema nacional de manutenção da ordem pública. Marcelo Odebrecht, dono da maior empreiteira do país, completa sete meses de prisão preventiva na próxima terça-feira, e todas as 17 pessoas detidas durante as desordens ocorridas em São Paulo no início da noite de sexta-feira foram libertadas no dia seguinte. Em poucas horas, foram depredados oito ônibus e cinco agências bancárias. Pode-se dizer que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa, mas essas duas situações acontecem no mesmo país. Juntas, não fazem sentido.
Tem gente que fica feliz com a hipótese de os presos endinheirados mofarem na cadeia pelas malfeitorias que praticaram, mas não é assim que funciona a coisa. A prisão preventiva de um cidadão só se justifica pelo flagrante de delito ou para impedir que ele continue praticando um crime. Admita-se que esse é o caso para todos os empresários, políticos e espertalhões que estão presos em Curitiba e em Brasília. O mesmo deveria valer para os desordeiros.
Ao contrário do que acontecia no mundo das empreiteiras, onde as roubalheiras eram dissimuladas, a ação dos mascarados deu-se às claras e foi registrada ao vivo e em cores. A polícia de São Paulo mobilizou centenas de PMs, sua tropa de choque e veículos blindados para acompanhar a manifestação contra o aumento de tarifas de ônibus. Para quem quer dar uma manifestação de força, serviço perfeito. Durante mais de uma hora, mascarados tumultuaram o Centro da cidade. Só 17 pessoas foram detidas. É pouco, mas vá lá. O relaxamento das prisões em flagrante foi determinado pela Justiça. Uma juíza considerou inconclusivas as provas apresentadas contra os cidadãos. A força foi exibida, mas deu em nada. Das duas uma: a polícia prendeu quem não devia ou a Justiça soltou quem deveria continuar preso. Ao final das contas, não prenderam uma só pessoa com provas que a juíza considerasse irrefutáveis. Há apenas um desordeiro recolhido. Está na Fundação Casa, por ser menor de idade, e foi levado a uma delegacia na segunda-feira pelo pai policial, ao vê-lo num vídeo de quatro minutos na cena do espancamento de um PM.
A ação dos mascarados foi demorada. Num incidente, eles pararam dois ônibus, obrigaram os passageiros a desembarcar e ordenaram aos motoristas que manobrassem os veículos para que obstruíssem uma avenida. Em seguida, quebraram vidros e picharam a lataria dos veículos. A polícia é treinada para intervir em situações desse tipo e dispõe de equipamento para registrar a cena.
Um cidadão mascarado no meio de uma manifestação pacífica é pelo menos suspeito de estar ali para provocar alguma desordem. Quem já viu alguma dessas explosões de violência sabe que elas partem de grupos perfeitamente identificáveis antes, durante e depois das manifestações. Desordeiro não é ativista, nem um sujeito quebrando vidros de ônibus está manifestando uma opinião.
Se a prisão dos empreiteiros tem a virtude de desestimular futuras traficâncias, o fato de não haver um só desordeiro na cadeia torna-se um estímulo a novas violências, cuja principal consequência é a inibição de manifestações pacíficas.
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Por R$ 300, cafetina ameaça divulgar fotos e passado de ex-prostituta Família da jovem não sabe de ex-profissão.Midia Max.


  • (Divulgação/Internet)
  • Uma jovem, de 20 anos, foi ameaçada de extorsão pela ex-cafetina para quem trabalhava, na cidade de Belo Horizonte em novembro de 2015, logo depois vindo para Campo Grande para recomeçar a vida, segundo o boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.
    Segundo o boletim de ocorrência registrado, por causa de dificuldades financeiras a jovem teria recebido uma proposta de trabalho de uma mulher, em novembro de 2015 mudando-se para a cidade de Belo Horizonte, onde foi informada ao chegar que trabalharia como garota de programa.
    A jovem aceitou o serviço, e para divulgar seu trabalho acabou fazendo fotos sensuais, mas depois de uma semana de trabalho desistiu e foi trabalhar como assistente de cabeleireiro. Há três semanas, a jovem veio residir em Campo Grande junto com seu namorado.
    A vítima afirmou aos policiais que nesta terça-feira (12), começou a receber ligações da cafetina que a passou a ameaçá-la da divulgação das fotos na internet, caso ela não depositasse em sua conta a quantia de R$ 300.

    A jovem teme pela divulgação das fotos, já que seus familiares desconhecem o fato. O caso foi registrado como ameaça, grave ameaça ou fraude.

    MORRE SHOLIN EM CAMPINA GRANDE


    O humorista Francisco Josenilton Veloso, o Shaolin, que sofria das sequelas resultantes de um acidente de carro ocorrido em janeiro de 2011, em Campina Grande, morreu na madrugada desta quinta-feira (14). 
     
    Laudiceia Veloso, a esposa do humorista,  informou através do Facebook, que Shaolin sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Ele estava internado deste a terça-feira (12) quando entrou no hospital com um quadro febril e que infelizmente evoluiu para uma infecção respiratória.
     
    "Depois de 1821 dias, nosso guerreiro terminou sua batalha. É com muita tristeza que divido a nossa dor com todos vocês. Shaolin apresentou um quadro febril nesta terça e que, infelizmente evoluiu para uma infecção, precisando de internação imediata. Recebemos a notícia do hospital, neste momento, que ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. As informações sobre velório e local de sepultamento, divulgarei mais tarde. Obrigada a todos pelas orações e pela força!", escreveu Laudiceia.