O ÓSCAR É O PORTO
RONALD MENDONÇA
MÉDICO. MEMBRO DA AAL
Os romanos diziam que o nome era o destino (“nomen est omen”). Nossos irmãos portugueses, apaixonados por música (deles herdamos esse pendor), fizeram uma junção de sons e apelidaram de “fado”. Fado é dor, saudade (vocábulo que só a língua portuguesa emprega com a devida afetividade), queixume, mas também muita alegria. Fado é música, é destino. Aqui na cidade do Porto, tentando matar as saudades da nossa família nuclear, distantes cerca de oito mil quilômetros de Maceió, já somos tomados pela imensa tristeza de ter de partir.
Lembro Serenata do Adeus, a poesia/canção de Vinicius de Moraes, imortalizada na voz de Elizete Cardoso: “... Ai, vontade de ficar mas tendo que ir embora/ Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora/ É refletir na lágrima, um momento breve/ De uma estrela pura cuja luz morreu...”
Com efeito, estamos a deixar essa linda cidade, encantadora, acolhedora que recebeu meu filho, minha nora e meus netos com carinho. Que nos recebeu com especial atenção. Deixamos esse Porto com profunda saudade. Não é fácil Nadja e eu pararmos nossas atividades e ficarmos quatro semanas sem trabalhar...
Estamos partindo relutantemente. Nossa cronologia futura já náo é mais a mesma. Temos pressa. Os velhos têm pressa. Eles, os velhos, têm passado e presente. Os planos dos idosos costumam fixar-se na data do hoje. Não obstante, temos projetos de aqui retornarmos...
Se não bastassem as saudades que diariamente, doravante, nos consumirão, estamos convencidos de que merecemos por aqui estar e nos demorarmos, esticando as cordas das violas do tempo até o limite. Pretendemos voltar. Se é verdade que os velhos têm pressa, teremos essa pressa para rever os nossos netos, o filho e a nora.
Queremos rever os amigos que aqui deixamos. Amizades que se estreitaram com essa figura extraordinária, o professor Óscar L. Alves e sua delicada família (esposa, filhos, mãe e avó).
Óscar é um dos mais brilhantes neurocirurgiões da Europa. Festejado pela comunidade científica do mundo inteiro, é um orgulho da medicina lusa. Ele não só abriu o seu moderno santuário cirúrgico. Recebeu-nos como um irmão mais novo costuma recepcionar irmãos mais velhos.
Essa figura extraordinária, para os portuenses mais radicais, só tem um defeito: ser torcedor do Benfica , de Lisboa. Ao saber da paixão do meu neto por futebol, levou-o para assistir ao jogo em que o Benfica derrotou o adversário.
O Prof. Óscar multiplica-se. Amante incondicional do fado, em noite memorável, estivemos juntos no Vício do Fado (uma visita imperdível), curtindo uma noitada verdadeiramente portuguesa. Imaginem o que é reunir, numa só noite, fadista da altura do poeta Fernando Castro, da publicitária Milu, da fadista Maria Augusta, de solistas exponenciais, de velhos compositores (um deles, octagenário ),tudo isso acompanhado por vinhos e pela saborosa culinária regional.
Abuso da licenciosidade da crônica para dizer que o Porto é uma linda cidade, banhada pelo Douro, cheio de encantos e sempre airoso. Os lenços da nossa saudade, não dão para enxugar nossas lágrimas. Parodiando Luiz Gonzaga, lhes digo: toda gente que sai de Portugal, o coração deixa aqui no Porto.
Lembro Serenata do Adeus, a poesia/canção de Vinicius de Moraes, imortalizada na voz de Elizete Cardoso: “... Ai, vontade de ficar mas tendo que ir embora/ Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora/ É refletir na lágrima, um momento breve/ De uma estrela pura cuja luz morreu...”
Com efeito, estamos a deixar essa linda cidade, encantadora, acolhedora que recebeu meu filho, minha nora e meus netos com carinho. Que nos recebeu com especial atenção. Deixamos esse Porto com profunda saudade. Não é fácil Nadja e eu pararmos nossas atividades e ficarmos quatro semanas sem trabalhar...
Estamos partindo relutantemente. Nossa cronologia futura já náo é mais a mesma. Temos pressa. Os velhos têm pressa. Eles, os velhos, têm passado e presente. Os planos dos idosos costumam fixar-se na data do hoje. Não obstante, temos projetos de aqui retornarmos...
Se não bastassem as saudades que diariamente, doravante, nos consumirão, estamos convencidos de que merecemos por aqui estar e nos demorarmos, esticando as cordas das violas do tempo até o limite. Pretendemos voltar. Se é verdade que os velhos têm pressa, teremos essa pressa para rever os nossos netos, o filho e a nora.
Queremos rever os amigos que aqui deixamos. Amizades que se estreitaram com essa figura extraordinária, o professor Óscar L. Alves e sua delicada família (esposa, filhos, mãe e avó).
Óscar é um dos mais brilhantes neurocirurgiões da Europa. Festejado pela comunidade científica do mundo inteiro, é um orgulho da medicina lusa. Ele não só abriu o seu moderno santuário cirúrgico. Recebeu-nos como um irmão mais novo costuma recepcionar irmãos mais velhos.
Essa figura extraordinária, para os portuenses mais radicais, só tem um defeito: ser torcedor do Benfica , de Lisboa. Ao saber da paixão do meu neto por futebol, levou-o para assistir ao jogo em que o Benfica derrotou o adversário.
O Prof. Óscar multiplica-se. Amante incondicional do fado, em noite memorável, estivemos juntos no Vício do Fado (uma visita imperdível), curtindo uma noitada verdadeiramente portuguesa. Imaginem o que é reunir, numa só noite, fadista da altura do poeta Fernando Castro, da publicitária Milu, da fadista Maria Augusta, de solistas exponenciais, de velhos compositores (um deles, octagenário ),tudo isso acompanhado por vinhos e pela saborosa culinária regional.
Abuso da licenciosidade da crônica para dizer que o Porto é uma linda cidade, banhada pelo Douro, cheio de encantos e sempre airoso. Os lenços da nossa saudade, não dão para enxugar nossas lágrimas. Parodiando Luiz Gonzaga, lhes digo: toda gente que sai de Portugal, o coração deixa aqui no Porto.
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