
“Engravidei do Luan aos 16 anos. Hoje estou com 32. Deixei o emprego como vendedora para aproveitar melhor o tempo com meus três filhos: Luan, de 15 anos; Raissa, de 11; e Pietra, de 4. O nome do meu filho no documento, no entanto, ainda consta como Luara. Ele étransgênero, um homem no corpo de uma mulher. A definição é justamente essa: pensa como menino, age como tal, só que num corpo biologicamente feminino.

Não é fácil acordar e saber que a sua filha virou filho. Amar, estar perto e acompanhar é o que vai fazer com que todo o resto fique mais fácil. A importância de entender as questões de gênero é muito grande. Quando as conhecemos é mais fácil identificar essa situação. Se pudesse, teria percebido e evitado momentos de tristeza. Sinto que tenho grande culpa de não ter ajudado antes e evitado a depressão do Luan.
A trajetória foi muito difícil até agora, ainda que estejamos apenas no início. O pai dele é ausente desde os 4 anos e, nas poucas vezes que apareceu – a última foi há dois anos –, o Luan não quis vê-lo nem conversar. Quando me separei, as figuras masculinas que fizeram parte do desenvolvimento dos meus filhos foram as dos meus irmãos, Rafael e Vinícius, e do meu atual marido, o Sérgio, com o qual sou casada há 6 anos.
!["Quando se conhece [os transgêneros], fica mais fácil identificar a situação", conta a mãe (Foto: Arquivo pessoal Mariana Munhão) "Quando se conhece [os transgêneros], fica mais fácil identificar a situação", conta a mãe (Foto: Arquivo pessoal Mariana Munhão)](http://s2.glbimg.com/7Huav3FVm8LuCL_6XTmo4ySGapw=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/07/20/nao-e-facil-acordar-e-ter-uma-filha-que-virou-filho1.jpg)
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